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Tabajara Ruas: pura ficção, mas com um pé firme na história

Publicada em 27/11/2018
Tabajara Ruas: pura ficção, mas com um pé firme na história | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Cineasta e escritor já assinou roteiro de 12 filmes

por Vinícius Silva

O século XIX foi sangrento no Rio Grande do Sul. O Estado esteve em guerra quase permanente. Após a Revolução Farroupilha (1835-1845) e a Guerra do Paraguai (1864-1870), formou-se o Partido Republicano Rio-Grandense, que tinha em Júlio de Castilhos seu grande líder político. Fazia oposição ao Partido Federalista do RS, fundado pelo monarquista Gaspar Silveira Martins. Em 1893, Castilhos tomou posse como presidente do Estado e, nesse mesmo ano, precisou conter uma revolta contra o recém-instalado regime governamental. Rapidamente, os rebeldes maragatos haviam tomado conta da fronteira e exigiam a deposição do presidente. Entre os comandantes revoltosos estava o caudilho Gumercindo Saraiva. Sua história e, principalmente, as histórias, inspiraram a produção de "A Cabeça de Gumercindo Saraiva", do diretor gaúcho Tabajara Ruas, que será exibida gratuitamente no dia 1º de dezembro, às 16h, no Cine 7, em sessão especial do Festival Internacional de Cinema da Fronteira. A exibição traz uma forte carga emocional: o filme é um dos últimos trabalhos do ator Leonardo Machado, falecido em 28 de setembro, aos 42 anos, vítima de um câncer.

Adaptação
"A Cabeça de Gumercindo Saraiva" é o quinto longa-metragem de Tabajara Ruas. Natural de Uruguaiana, o cineasta e escritor já assinou roteiro de 12 filmes, entre eles "O Tempo e O Vento", de Jayme Monjardim. Em 1997, lançou pesquisa sobre o personagem, que acabou sendo o livro mais vendido na Feira do Livro de Porto Alegre. O filme, entretanto, é baseado no livro "Gumercindo", abordagem mais ficcional sobre esse período e essa figura tão emblemática. "Escrevi 'Gumercindo' porque o livro, feito em parceria com Elmar Bones, era um ensaio sobre o Rio Grande, impossível de ser filmado. 'Gumercindo' é pura ficção, mas com um pé firme na história e nos acontecimentos que tornaram a vida do general Gumercindo Saraiva uma lenda gaúcha. Usei para o filme o título do ensaio, após acordo com Elmar Bones", explica o diretor.

A obra
Em 1895, no final da Revolução, o capitão rebelde Francisco Saraiva (Leonardo Machado) e cinco cavaleiros cruzam o Sul do Brasil em uma exasperante caçada para resgatar a cabeça de Gumercindo Saraiva, cortada pelos legalistas e levada à capital pelo major Ramiro de Oliveira e dois ajudantes. O longa narra os confrontos e duelos entre perseguidores e perseguidos. De acordo com o diretor, "o filme tem a ideia de induzir os espectadores a refletirem sobre os perigos do fanatismo e do extremismo em política e em costumes, coisas ambíguas, certamente. Os paralelos com os tempos atuais, acredito que são muitos, mas devo deixar ao espectador fazer as ligações que achar mais conveniente. Aproximam-se tempos em que pensar livremente será um luxo e não quero tirar do espectador esse direito", adverte o diretor. "O filme pode ser tomado como um alerta, ou um pedido de reflexão. A intolerância está batendo à nossa porta, já está entrando. Urge pensar seriamente a respeito. Espero que o filme seja um pequeno estímulo nesse sentido", diz.

Cenário
Bagé foi cenário de diversos acontecimentos ligados diretamente a este conflito. O principal deles é o Cerco de Bagé, ocorrido entre novembro de 1893 e janeiro de 1894, quando a cidade resistiu ao assédio das forças federalistas por 47 dias. As defesas, lideradas pelo coronel Carlos Telles, foram armadas na Praça da Matriz e a Catedral convertida em hospital. Ruas comenta a expectativa pela exibição na cidade. "Bagé não é apenas uma cidade histórica, mas de escritores, de pensadores e de políticos que deixaram sua marca em nosso Estado. Agora, uma cidade também de cineastas. Espero boa acolhida para o filme, levando em consideração esses fatores e a conjuntura política do País".

Batalha
A Revolução Federalista durou cerca de dois anos, entre 1893 e 1895. Esse é mais ou menos o tempo que Leonardo Machado travou uma batalha silenciosa contra o câncer, diagnosticado em 2016. Nesse período, contudo, o ator trabalhou bastante. Apareceu em "Teu Mundo Não cabe nos Meus Olhos", de Paulo Nascimento; "Yonlu", de Hique Montanari, e ainda rodou com Zeca Brito "Legalidade", a ser lançado no ano que vem. Tabajara Ruas avalia o trabalho com o ator. "Hoje, Leonardo é um ícone do cinema gaúcho. Quando trabalhávamos no filme, ele tinha consciência do seu estado, mas jamais, em momento algum, fez referência a isso. Seu profissionalismo era único. Detestava autopiedade. Foi o segundo filme que fizemos juntos e muitos mais ainda faríamos".

Homenageado
Leonardo Machado nasceu em Porto Alegre e, até a adolescência, seu foco era o trabalho no campo. Aos 18 anos mudaria de rumo ao se matricular em um curso de teatro, onde teve como mestre Zé Adão Barbosa. Mudou-se para o eixo Rio-São Paulo para aprender mais. Ao longo da carreira, atuou em 11 peças de teatro, 18 séries, cinco novelas e diversos curtas-metragens e longas-metragens, entre eles "3 Efes", de Carlos Gerbase, "O Tempo e O Vento", de Jayme Monjardim, e "Yonlu", de Hique Montanari. Recebeu o Kikito de melhor ator do Festival de Cinema de Gramado por "Em Teu Nome", em 2009. Seus pais, Loureni e Sandra Mara Machado, são os proprietários da Estância Amendoeira, em Bagé.

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