Cidade

Impressões e interpretações de Zorávia Bettiol

por Vinícius Silva

A parceria entre o Festival Internacional de Cinema da Fronteira e a Urcamp se consolida através da realização anual do Cinejornal, laboratório dos estudantes de Jornalismo, e, este ano, ao receber o Fronteira em Debate em seu salão de atos, para discutir o processo criativo de cineastas como Tabajara Ruas e Jorge Furtado. Porém, a cereja do bolo em 2018 é a exposição intitulada "Impressões e Interpretações", que contempla mais de cinco décadas de trabalho da artista plástica Zorávia Bettiol, grande homenageada da décima edição do festival. Todas as atividades têm entrada franca.

Currículo
Zorávia Bettiol nasceu em Porto Alegre, em 1935. Formou-se em Belas Artes e, em 1956, foi estudar desenho e xilogravura no atelier de Vasco Prado. O artista é o fundador do Clube de Gravura, responsável pela primeira exposição dos artistas Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves, Glênio Bianchetti e Glauco Rodrigues. O clube foi um marco na história da arte gaúcha e levou ao mundo a expressão dos Quatro de Bagé, arte com cunho social e temática regionalista. Zorávia e Vasco foram casados por 28 anos.
Gravadora, pintora, artista têxtil, designer e arte-educadora, tem na gravura sua expressão mais forte. Participou de mais de 140 exposições individuais, entre 1959 e 2018, na América do Sul, Estados Unidos, Europa e Japão, e tem obras espalhadas por museus de todo o Brasil.

Mostra
Fundado em 21 de outubro de 1977, durante o II Encontro Nacional de Artistas Plásticos, o Museu da Gravura Brasileira é mantido pela Fundação Attila Taborda, responsável pela Urcamp e pelo Museu Dom Diogo de Souza. As responsáveis pela Gestão de Museus são as professoras Carmem Barros e Maria Luiza Pêgas.
Para a exposição, que fica aberta de 1º a 21 de dezembro de 2018, Zorávia preparou um recorte dos mais de 50 anos de carreira. A mostra traz 12 obras de diferentes períodos onde as figuras humanas são o denominador comum. Observa-se que cada série tem características próprias, como textos poéticos inseridos nas xilogravuras da série "Namorados" e a cor chapada em grandes planos recortados na série "Deuses Olímpicos". Já na série "Romeu e Julieta", as figuras são mais humanas e o tratamento texturizado contribui para esta sensação. "A arte é um espaço de liberdade e, com relação à obra de arte, cada um se identifica e interpreta de acordo com sua bagagem pessoal, vivência e emoções", avalia a artista. Zorávia deixa o convite a toda população de Bagé: "Convido cada um para fazer sua leitura, conexões e interpretações com os trabalhos que ora estão expostos. Divirtam-se!"

SERVIÇO
O que: Exposição Zorávia Bettiol
Onde: Museu da Gravura Brasileira
Quando: 1º a 21/12/2018
Entrada franca