Univeso Pet
Parvovirose canina: quais os sintomas e como prevenir
Altamente contagiosa, a parvovirose canina é uma doença que, se não tratada a tempo, pode levar à morte do animal. Os cachorros que mais sofrem com a doença são os filhotes e idosos. A veterinária e professora de imunologia e doenças infectocontagiosas do curso da Urcamp, Margareth Alves Franco da Fonseca explica que a melhor forma para prevenir a patologia — que é muito comum — é a vacinação.
A doença é causada por um vírus do tipo DNA, que instala-se no intestino, destruindo o órgão do animal. Apesar de ser contagiosa entre os cães, a doença não acomete humanos. Se os tutores procurarem um profissional e começarem o tratamento no início da doença, há 80% de chances de cura, segundo Margareth. Mas, conforme a profissional, é preciso estar atento, já que o período de incubação dura de quatro a seis dias, e a parvovirose, em alguns casos, pode ser letal em apenas dois dias.
A doença também pode atacar o coração do cachorro. Nesses casos, geralmente, a ataca filhotes de cadelas que não foram vacinadas. Nessas situações, a taxa de mortalidade é bem mais alta e difícil de detectar.
Sintomas
Margareth ressalta que os tutores precisam estar atentos às fezes e à frequência que o animal está alimentando-se. Um dos sintomas mais característicos da doença é a diarreia com sangue e com odor forte. No começo, como explica a veterinária, as fezes tem cor escura e, depois, a quantidade de sangue aumenta.
Além disso, o pet perde o apetite e muito peso, fica debilitado e apático. O cachorro também pode sofrer com vômitos e febre. Para analisar se o pet está com febre, a veterinária explica que é possível utilizar um termômetro utilizado por humanos, introduzindo um terço do objeto no ânus do cachorro. A temperatura média corporal dos cães fica entre 38,5 e 39,5 graus. A parvovirose pode causar febre de até 41 graus nos pets. “Eles têm a temperatura corporal maior que a nossa e um grau a mais já é uma diferença significativa”, explica. Caso o tutor observe qualquer um dos sintomas, deve procurar um veterinário imediatamente.
Tratamento
As doenças causadas por vírus, como explica a veterinária, podem ter apenas seus sintomas tratados. Dessa forma, são feitos tratamentos auxiliares — para ajudar o sistema imunológico a reagir e produzir anticorpos contra a doença. É necessário realizar a reidratação injetável, oferecer antibióticos — para prevenir infecções bacterianas secundárias — antieméticos, para evitar vômitos e analgésicos, para evitar dores e febre.
Os animais também devem estar em locais limpos, longe de suas fezes. A professora ainda ressalta que o conforto e o acolhimento são muito importantes para o tratamento. É necessário que os tutores permaneçam próximo dos animais, oferecendo carinho e evitando situações de estresse. “As condições afetivas são muito importantes”, declara Margareth. É importante também oferecer água em abundância e uma dieta leve.
Contaminação
A contaminação pode acontecer por meio de fezes de outros animais infectados, quando o pet cheira os dejetos de outro, por exemplo. O vírus também pode ser transmitido pelo ambiente, ou por meio de objetos. A veterinária explica que a contaminação pode acontecer até mesmo em uma pet, por exemplo, se um animal utilizar objetos ou ficar no mesmo ambiente de outros que sofrem com a doença. Por isso, os ambientes devem ser desinfetados com água sanitária, por exemplo
O tutor também deve ter cuidado à sua casa ou pátio. O indicado é que outro animal tenha acesso ao ambiente somente após seis meses do tutor descobrir a presença do vírus. Existem casos, indicados em estudos acadêmicos, em que o parvovírus chegou a permanecer até um ano no mesmo local.
Prevenção
A melhor forma para prevenir a contaminação é por meio da vacina, que deve ter sua primeira dose aplicada aos 45 dias. Depois disso, em intervalos de 21 a 30 dias, os animais devem receber, pelo menos, mais três doses. Rottweilers, pastores alemães e labradores, raças mais sensíveis à parvovirose, podem receber até quatro doses da vacina.
A profissional ressalta que é necessária a administração do reforço anual, para garantir a eficiência da vacina. Mesmo após a imunização, Margareth lembra que é possível que o animal sofra a contaminação. Mesmo assim, essa ainda é a melhor maneira de reduzir o risco.
Os tutores também não devem passear com os filhotes antes das três doses administradas e devem evitar, que seus pets entrem em contato com as fezes de outros.
É importante lembrar também que animais parasitados — com parasitas internos ou externos — são mais suscetível a contrair o vírus. Por isso, a vermifugação é importante. Da mesma forma, cães sob qualquer tipo de estresse também tem maiores chances de sofrer com a doença.