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Festival Internacional de Cinema da Fronteira promove debates sobre a sétima arte

Publicada em 01/12/2018
Festival Internacional de Cinema da Fronteira promove debates sobre a sétima arte | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Evento foi realizado no Salão de Atos da Urcamp

O Festival Internacional de Cinema da Fronteira chega à sua 10ª edição promovendo a produção audiovisual e os debates sobre a sétima arte e seu papel na sociedade. Nesta semana, um momento a se destacar foi o evento “Fronteira em Debate: Da literatura ao cinema”. Proposto pelo curso de Jornalismo da Urcamp, aconteceu no salão de atos da Instituição de ensino, onde se reuniram nomes de grande relevância como os cineastas e roteiristas Jorge Furtado, Paula Markovitch e Tabajara Ruas, assim como o também crítico e ator Jean-Claude Bernardet. A atividade teve como mediador o jornalista cultural Roger Lerina, curador de longas-metragens do festival.

Jean-Claude Bernardet
O patrono do Festival, Jean-Claude Bernardet, iniciou sua fala contando que cada produção cinematográfica passa pelo processo de adaptações no roteiro, devido, principalmente, ao seu orçamento.
Relatando algumas de suas experiências como roteirista e na direção, Bernardet salientou que as adaptações brasileiras sofrem devido ao baixo orçamento e altas expectativas quanto ao roteiro. “Muitos filmes brasileiros apresentam uma característica que eu chamo de utopia degradada. Anunciam maravilhas, porém o orçamento não dá conta”, explicou.
Porém, para Bernardet, essas dificuldades não impedem que os cineastas e roteiristas busquem alternativas criativas para a produção. “O baixo orçamento não exige que a dramaturgia seja rebaixada", frisou.
O patrono do festival também defendeu a ideia de que cada um dos profissionais responsáveis por etapas de uma obra cinematográfica deve ter sua autonomia e respeito entre si, embora admita que, na realidade brasileira, muitas vezes, a mesma pessoa é responsável pelo roteiro e edição da obra.

Paula Markovitch
A cineasta e roteirista argentina Paula Markovitch veio a Bagé para exibir sua produção “Cuadros em la Obscuridad” na Mostra Competitiva de Longas do Festival. Durante o debate, ela também destacou a liberdade dos roteiristas e a relação harmônica com os diretores. “Se eu escrevo pensando que escrevo para ti, não escrevo nada”, afirmou a cineasta, em espanhol. “O texto, para que seja bom, tem que sair do meu consciente”, complementa, ao explicar que todo o texto tem alguma relação com os pensamentos ou lembranças do seu autor.

Tabajara Ruas
Em seu pronunciamento, o cineasta, roteirista e escritor Tabajara Ruas falou sobre a relação de seus trabalhos como uma situação de “O Médico e o Monstro”, onde o lado do cineasta luta contra o escritor.
Há mais de 50 anos na literatura, com 12 romances publicados, e quase 20 anos no cinema, com 5 filmes, Ruas salientou que cada caso tem suas dificuldades. Lembrou que em seu primeiro trabalho no cinema, em “Netto perde sua alma”, teve mais facilidade adaptando seu próprio texto do que filmando o seu roteiro para o documentário “Brizola - Tempos de Luta”, onde novos conteúdos sobre o político gaúcho surgiam a cada momento.
Já em sua adaptação do livro “Senhores da Guerra”, do jornalista José Antônio Severo, Ruas explica que dificuldade foi em diluir o conteúdo de um romance de 500 páginas em um filme de duas horas. “Temos, no cinema, um método em que um minuto de filme equivale a uma página de roteiro. “Então, nós fizemos um filme de 114 minutos, nós vamos escrever 114 páginas. Agora, um roteiro de 115 páginas, para  chegar num livro de 500, para onde vão as outras 400 páginas ”, raciocina o cineasta.


Jorge Furtado
O cineasta e roteirista porto-alegrense Jorge Furtado, por sua vez, reforçou a ideia de Ruas, afirmando que “cada caso é um caso”. Com mais de 250 roteiros e 35 adaptações de livros, poemas e peças de teatro em seu currículo, o cineasta relembrou que cada uma de suas experiências como roteirista teve suas especificidades.
Salientou que, no caso das adaptações, a dificuldade é relativa pois depende, em muito, do tipo de texto original, podendo necessitar de mais ou menos alterações.  Isso, de acordo com o cineasta, se deve ao fato dos roteiros serem escritos para mostrar ações. “Tudo que tu escreve no roteiro tem que ser visível ou audível”, explica. “Então, ‘o fogo que arde sem se ver’ ou ‘a ferida que dói e não se sente’ é algo que se escreve, mas não se filma. Não tem como filmar isso, são coisas abstratas”, finaliza.
Quanto à questão da produção de um longa-metragem, Furtado ressaltou as dificuldades com o orçamento e, também, a importância do trabalho em equipe, diferente de outras formas de arte. “De todas as artes, a mais coletiva é o cinema. Quem escreve, escreve sozinho. Quem desenha, desenha sozinho. Quem faz música, faz música sozinho. Mas o cinema, não. As ideias do filme são coletivas, dependem de várias pessoas”, declarou.

O Festival continua sua programação em Bagé até o domingo, com atividades no Centro Histórico Vila de Santa Thereza e no Cine 7. O evento tem direção artística do cineasta bajeense Zeca Brito. O festival conta com financiamento do Ministério da Cultura, através do Fundo Setorial do Audiovisual, e do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), com promoção da Secretaria Municipal de Cultura de Bagé e apoio institucional da Urcamp e da Unipampa.


Programação

Sábado

10h – Exposição Zoravia Bettiol
Local: Museu da Gravura Brasileira – Urcamp

14h30 – (Mostra Competitiva de Longas-Metragens) “O Labirinto da Saudade”, direção de Miguel G. Mendes (Portugal)
Local: Cine 7

16h – (Sessão Especial em homenagem ao ator Leonardo Machado) “A Cabeça de Gumercindo Silva”, direção de Tabajara Ruas” (Brasil)
Local: Cine 7

18h – Mostra Regional
– Recital de poesias
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza

20h – Shows
– Luiz Coronel em Concerto - Unipampa
– Confraria de la Yerba – Unipampa
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza

21h – Premiação
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza

22h Show- Adriana Deffenti
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza
Domingo

15h – (Sessão Especial) “Rebento”, direção de André Morais (Brasil)
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza

17h – (Filme Encerramento) “Zoravia”, direção de Henrique de Freitas Lima
Local: Centro Histórico Vila de Santa Thereza

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