Cidade
Médicos da UPA estão realizando apenas atendimentos de urgência e emergência
Publicada em 19/12/2018
Cerca de 30 médicos que atuam na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 horas iniciaram, ontem, uma paralisação parcial. O grupo alega que está sem receber desde outubro e continua com uma parcela de janeiro em aberto. Os profissionais encaminharam um documento para a Secretaria Municipal de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência informando a suspensão.
Conforme uma das profissionais do grupo, que prefere não se identificar, a previsão era receber o mês de outubro até o dia 20 deste mês, mas ontem a empresa que contrata os médicos informou que não tem previsão para o pagamento. “Eles colocam a culpa na falta de pagamento do Estado, mas o pagamento da Upa é 50% da União, 25% do município e 25% do Estado”, disse.
Ela salienta que desde segunda-feira à noite somente estão sendo realizados os atendimentos de urgência e emergência, mas todos os pacientes são acolhidos e triados pela enfermagem. “Todo o mês se repete a mesma situação. A prefeitura tem que repassar para a empresa. Cerca de 30 médicos prestam serviços e atendem em torno de 300 pessoas diariamente”, comenta.
Contraponto
O secretário da Saúde, Mário Mena Kalil, se posicionou a respeito da reclamação, ontem. Ele destaca que o Estado deve ao município de Bagé, sete meses. “São sete de 12 parcelas que não foram repassadas, cada uma no valor de R$ 770 mil, onde R$ 353 mil são destinados a urgência e emergência”, explica.
O titular da pasta salienta que já foi realizado o contato com a empresa que terceiriza o trabalho dos médicos. “Informamos para a empresa o que está acontecendo, e que esta situação não é uma realidade somente de Bagé, e sim do Estado. Contudo, não podemos permitir que os atendimentos parem”, frisa.
Ainda segundo Kalil, ‘os médicos da unidade precisam ter coerência, quanto ao atendimento à população que necessita do serviço’. “Já explicamos que assim que o repasse for feito, pagaremos os funcionários, mas precisamos que o Estado regularize isso, são mais de R$ 5 milhões em atraso do governo”, conclui.
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