Sigo sem sentir o Natal. Nem o Réveillon. Nem meu aniversário, estes meus breves 29 anos. Não sinto nada. Nada mais tem graça. Vou pedir auxílio psicológico para entender onde está o problema. Fazer uma regressão ou algo assim. Não é possível que isso esteja ocorrendo comigo. A única certeza que tenho é que em dois dias comerei churrasco; em três, peru gelado; e em 10, porco ou algo assim. Tudo banhado a cerveja. Foi o que me restou. E tem a família, né? Mas eles fazem exatamente a mesma coisa, provavelmente não com o mesmo sentimento.
Talvez quando eu comprar meu primeiro presente, eu sinta algo. Estou deixando para última hora. Mas não por que sou irresponsável ou procrastinador, mas porque as circunstâncias conspiram contra mim. Então quando eu pagar a primeira quinquilharia em três vezes no crédito em uma loja qualquer, talvez aquela energia carismática em vermelho e branco, com músicas alegres e entristecedoras, luzes pulsantes em ritmos hipnóticos e aquele cheiro de dezembro, que infelizmente está suspenso temporariamente pela chuva. E como chove nessa cidade. Olhe pela janela, não estou mentindo. Está chovendo exatamente no momento em que você lê estas linhas.
Enfim, desejem-me feliz aniversário, que lhes desejarei feliz Natal. Caso queiram me dar um presente, sabem onde me encontrar. Não esqueçam: são dois.