Editorial
Estímulo aéreo à produção
Ao longo dos últimos dias, o Minuano acompanhou uma pauta revelada pelo Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) a respeito da escassez, desde o final de dezembro passado, de combustível específico destinado para a aviação agrícola. Durante as duas primeiras abordagens, o jornal apontou o temor do setor, pela possibilidade de que aeronaves ficassem impedidas de decolar e, com isso, a safra pudesse ser prejudicada. Em termos locais, conforme detalhado pelo presidente da Associação e Sindicato Rural de Bagé, Rodrigo Borba Móglia, a projeção, caso o cenário persistisse, era de que cerca de 80 mil hectares da região, de um total de 100 mil, destinados ao cultivo da soja, fossem afetados.
E vale uma justificativa. A soja, que ocupa áreas significativas e vem ampliando sua presença a cada safra, em parte pelos valores envolvidos, recebe, durante seu cultivo, a aplicação de pesticidas considerados fundamentais para garantir uma boa safra – mesmo que isso, claro, gere contrapontos. No âmbito do arroz, trata-se de algo ainda mais sensível e dependente. Por estar em áreas alagadas, muitas vezes, somente o uso de aeronaves atende as necessidades. Ou seja, qualquer impedimento poderia comprometer ainda mais a produção.
Na terceira abordagem do Minuano, publicada hoje, porém, um cenário bem diferente. A matéria apresenta como o ramo de aviação agrícola é amplo, inclusive na Campanha gaúcha. Reportagem com um empresário do setor expõe a existência de uma frota com nada menos de 14 aeronaves, conduzidas por 12 diferentes pilotos, com bases tanto em Dom Pedrito quanto em Bagé, responsáveis pelo atendimento de cerca de 100 propriedades. O mais interessante é que, diferente do temor do Sindag, tais veículos não serão afetados pela escassez do avgas, já que foram adaptados para operar com etanol como combustível.
De qualquer maneira, a abertura de tal pauta auxiliou numa espécie de reconhecimento – descoberta não, pois não trata-se de algo inédito – de um ramo que cresceu em tal proporção como o próprio uso do campo para o cultivo de grãos na região, sempre tradicional, acompanhando, ainda, um processo de modernização, necessário para que o setor primário atendesse às atuais demandas do mercado.
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