Campo e Negócios
Excesso de chuva deve motivar redução da safra orizícola no RS
Publicada em 17/01/2019
As enchentes dos últimos dias, que atingiram lavouras da Metade Sul do Rio Grande do Sul, especialmente na Fronteira Oeste e na Campanha, devem trazer perdas significativas para a cultura do arroz no Estado. Levantamento da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) indica que a previsão de área colhida deverá ser abaixo de 990 mil hectares do grão. Com uma produtividade projetada após o incidente climático para 7,4 mil quilos por hectare, abaixo da média de 7,93 mil quilos por hectare da safra passada, a produção gaúcha do cereal, que é responsável por 70% do que é colhido no país, deve baixar de 8,2 milhões de toneladas, produção de 2018, para 7,3 milhões de toneladas.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, observa que estes números são próximos da safra 2015/2016, quando enchentes também atingiram o Rio Grande do Sul. Ele afirma que, em todo o Brasil, a colheita ficará na casa das 10,5 milhões de toneladas. Também reforça que já em dezembro o clima dava mostras de que traria prejuízos com chuvas na região do Rio Jacuí e baixas temperaturas nas regiões de fronteira, inferiores a 15 graus. Só entre 6 e 10 de janeiro, a estação experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), em Uruguaiana, registrou 500 milímetros de volume de chuva.
O dirigente recorda que no período passado as lavouras tiveram índices de radiação solar excepcionais, sobretudo no período entre dezembro e março. Mas, nesta virada do ano, além dos registros de ocorrências de baixa temperatura, nos últimos 30 dias, em pelo menos 55% do tempo, foi com período de chuva ou menor incidência de luz solar. "Isso era o que os arrozeiros não precisavam, pois o ano tem o maior custo de produção da história, o que agrava a situação de forma muito significativa aliado no mínimo de quatro anos muito ruins, seja por preço ou seja por produtividade, o que elevou sobremaneira o endividamento do setor produtivo", destaca.
No entanto, o presidente da Federarroz reforça que só a partir destes valores mais altos o produtor poderá compensar o aumento nos custos de produção, que beiram os R$ 47 como ponto de equilíbrio. Ao consumidor, o recado é de que aproveitem as promoções de arroz nas gôndolas nos próximos dias, pois o produto irá valorizar devido às condições negativas no campo, além das péssimas condições de rentabilidade dos produtores. Entretanto, no longo prazo, o atual problema tende a se perpetuar. A desmotivação dos produtores é tamanha que a repercussão de hoje comprometerá, inclusive, a safra de 2019/2020 com diminuição de área.
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