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Denúncia aponta que trabalhadores do Piauí atuavam de forma irregular em Bagé
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil e Mobiliário de Bagé e Região realizou uma vistoria em uma obra, financiada pela Caixa Econômica Federal, e constatou que um grupo de nove trabalhadores, oriundos do Piauí, estava passando dificuldades. Os operários, segundo apurado, estariam sem receber há um mês e a empresa que os contratou deixou os homens, também, sem alimento.
De acordo com o presidente do sindicato, Nicanor Fara, os trabalhadores estavam em Bagé, desde o início de dezembro, construindo um empreendimento, com cerca de 100 residências, no bairro São Bernardo. A empresa contratante é do Paraná e terceirizada de outras duas empresas gaúchas.
Fara salienta que a empresa foi acionada e deve pagar o piso dos trabalhadores, garantir a alimentação e fornecer a estadia em condições. Ele conta que o grupo estava sediado em uma casa próxima à obra, sem nenhuma condição de hospedagem. Além disso, o sindicato teve que prover alimentos para o grupo.
A situação foi denunciada pelos próprios trabalhadores, que querem voltar para casa. Segundo um dos profissionais, João da Cruz, a empresa que contratou a terceirizada entrou em contato dizendo que não tinha verbas para pagar os honorários e mandou os empregados entrarem na Justiça para receber. "Eles começaram a tirar o material da obra e estamos parados há mais de uma semana", comenta.
O responsável pela contratação, Ivan Rozin, diz que foi contratado por outra empresa e que não pagou os trabalhadores porque não recebeu. Ontem, o grupo participou de uma reunião no sindicato, que, através do advogado Jorge Luís Fara, acionou a empresa para que fosse feita a rescisão de contrato.
Conforme o presidente do sindicato, a contratante deve pagar todos os direitos dos trabalhadores até hoje e, caso isso não aconteça, a entidade irá impetrar uma liminar solicitando o bloqueio dos bens da empresa.