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Opinião

"Eles não têm mais vinho!"

Publicada em 02/02/2019

Padre Tarcísio Luís Brasil Martins, sdb

Quando João, o Evangelista, narrou o acontecimento das bodas de Caná, quis não só deixar registrado o primeiro sinal de Jesus, a mudança da água em vinho, em que ele "manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele". Sua intenção maior foi dizer que a religião judaica, que sustentara a fé do povo até aquele momento, tinha-se esvaziado, e já não estava correspondendo ao que Deus esperava de seu povo. Tanto que as seis enormes talhas de pedra, usadas para os rituais dos judeus, estavam completamente vazias. João quis mostrar e deixar claro que, em Jesus, se realiza agora a verdadeira festa do Reino de Deus, a festa das núpcias, da união definitiva de Deus com seu povo. Atestam-no a qualidade do vinho ("guardaste o melhor vinho até agora..."), e a quantidade exagerada do mesmo (cerca de seiscentos litros).
Passemos para o nosso tempo. Há exatos sessenta anos – no dia 25 de janeiro de 1959 – o Papa João XXIII surpreendia a Igreja e o mundo com a notícia da intenção de convocar um Concílio Ecumênico. E tudo se realizou maravilhosamente, como nos mostra a história, dando origem a uma verdadeira primavera na Igreja e no mundo. O Papa intuiu, sob as luzes do Espírito Santo, que a afirmação de Maria, a mãe de Jesus, se repetia, exigindo da Igreja de seu Filho uma tomada de atitude: "Eles não têm mais vinho!"
São João XXIII percebeu que a Igreja não estava mais fornecendo ao mundo o verdadeiro vinho da mensagem de Jesus. Não que a mensagem tivesse perdido sua força e seu valor. Mas o modo de vivê-la e anunciá-la ao mundo tinha se tornado irrelevante.
Passam os tempos, e após algumas décadas, outro Papa chega e nos convoca a dar ao mundo um vinho novo. Também Francisco percebe que, em muitos casos e situações, "eles não têm mais vinho". E nos convoca a sermos uma "Igreja em saída", anunciando a todos "a alegria do Evangelho".
Graças a Deus, a grande maioria das pessoas, dentro e fora da Igreja, percebe a oportunidade e a urgência de sua mensagem. Mas infelizmente, como sempre acontece, há os que preferem e desejam voltar aos tempos de antes do Concílio.
Gestos e atitudes, mesmo silenciosas e sem palavras, denunciam este saudosismo dos que não aceitam ser Igreja nos dias de hoje. Já dizia outro santo, o Papa Paulo VI: "Esta Missa (referia-se à volta ao Missal de 1962) torna-se o símbolo da condenação do Concílio. Eu não vou aceitar, em hipótese alguma, a condenação do Concílio através de um símbolo. Se essa exceção para a liturgia do Vaticano II fosse concedida, todo o Concílio ficaria abalado. E, como consequência, a autoridade apostólica do Concílio ficaria abalada".
E o nosso Papa Francisco, ao celebrar em Roma, em 2015, a missa comemorativa dos 50 anos da primeira missa em italiano, celebrada por Paulo VI em 1965, disse: "Agradeçamos ao Senhor por tudo o que fez na sua Igreja nestes cinquenta anos de reforma litúrgica. A Igreja fez um gesto muito corajoso, aproximando-se do Povo de Deus, para que todos possam entender o que fazem. Isto é muito importante para nós, participar da Missa na nossa língua. E não se pode voltar atrás, devemos ir sempre para frente, sempre avante, sempre avante. Quem vai para trás, erra. Vamos adiante por esta estrada".
Deus nos conceda a graça de nos livrarmos de gestos saudosistas, e sermos uma Igreja corajosamente em saída, pronta a apresentar ao mundo o vinho novo do Evangelho de Jesus.

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