Editorial
Mau exemplo para a Nação
A eleição para presidente do Senado, realizada no sábado, não foi apenas atípica. Foi, diferente do registrado na Câmara dos Deputados e na maioria das casas legislativas do País, um legítimo mau exemplo para a Nação.
A menção não leva em consideração o resultado, jamais, tampouco as articulações de parlamentares no intuito de elegerem seu favorito. Mas, sim, num registro que é puramente inadmissível em qualquer sociedade que busque um ambiente saudável e que ateste, com frequência – se necessário –, que a corrupção, ao menos no coração político, não tem vez. Infelizmente, não foi assim.
A primeira rodada do pleito foi marcada, negativamente, pela constatação de que, apesar de 81 senadores terem direito a manifestarem posição, um voto a mais acabou sendo registrado. Sim, houve, no mínimo, uma tentativa de fraude. Leia bem: tentativa. Algo que, mesmo não tendo êxito, manchou a atual legislatura.
A resposta, claro, foi imediata. Nem tão clara assim, já que a votação ocorreu em meio a uma desistência, mas foi rápida e, de certo modo, garantiu a eleição do candidato escolhido pela maioria absoluta – no caso, Davi Alcolumbre, do DEM.
O caso, agora, muito além de reiterar que a vontade da maioria foi garantida é, num primeiro momento, identificar quem e de que modo desafiou a isonomia do primeiro pleito ao comando do Senado e puni-lo, de forma exemplar. De tamanha maneira que torne qualquer nova tentativa algo simplesmente incogitável.
Mas, para mais adiante, é preciso, talvez, buscar aprimorar o mecanismo de votação. Se a eleição em papel registrou falha e a eletrônica é questionada, quase que de forma corriqueira, quem sabe seja uma oportunidade para tornar um apelo já defendido por alguns, inclusive presentes na eleição do final de semana, do voto aberto. Até porque, independentemente da questão jurídica, não haverá questionamento moral algum em se adotar o novo sistema. Ainda mais, será possível, ao eleitor, verificar o posicionamento do candidato apoiado e eleito por ele.
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