Segurança
“Existem indícios de problemas no tratamento”, diz delegado sobre óbito de mototaxista
O titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil, delegado André de Matos Mendes, responsável pela investigação da morte do mototaxista Eduardo Corrêa Costa, 53 anos, ocorrida na tarde do sábado passado, após uma infecção generalizada em decorrência de uma fratura na perna ocasionada, inicialmente, num acidente de trânsito no bairro São Judas Tadeu, ocorrido em janeiro, ressaltou, na tarde de ontem, que a investigação está em curso e apresentou alguns detalhes da apuração.
"Existem indícios de problemas no tratamento. Vamos ver se estes problemas são decorrentes de causas naturais e processos normais ou de falha humana", explicou.
Costa morreu após ter ficado internado na Santa Casa de Caridade de Bagé e, depois de passar por três cirurgias, ter a perna amputada. O delegado ressalta que está investigando todas as circunstâncias. "A família alega negligência. Nós vamos investigar com isenção e ouvir as testemunhas que vivenciaram o fato. Ao final será possível concluir. Falar em negligência, agora, no curso da investigação, é antecipar conclusões", completou o titular da 2ª DP, responsável pela investigação.
O foco da apuração, no momento, é sustentado por oitivas. A projeção é que sejam ouvidas dezenas de testemunhas e, além disso, sejam analisadas as perícias.
Posição da provedoria
O provedor da Santa Casa de Caridade de Bagé, médico Airton Torres de Lacerda, enviou uma nota para imprensa detalhando sua posição sobre o caso. "Recentemente, um paciente deu entrada no pronto socorro vitimado por acidente de trânsito com motocicleta e em estado gravíssimo (com fratura exposta e perdas de partes moles) sendo tratado através de protocolos de urgência e emergência. Essas lesões têm alto risco de contaminação e evolução incerta", menciona.
Para Lacerda, "o hospital forneceu todos os meios a seu dispor para o pronto atendimento do paciente que desde sua entrada teve amparo e foi tratado por médico e enfermeiros de notória formação e ilibada conduta profissional". E acrescenta: "Inobstante o tratamento que lhe foi dispensado, infelizmente esse veio a falecer, sendo determinado pela Santa Casa por sua Provedoria, a realização de sindicância para apuração das denúncias surgidas em meio aos fatos e amplificadas nas redes sociais e que serão rigorosamente trazidos à público e informadas às autoridades competentes".
De acordo com o provedor, "a Santa Casa está solidária com a família do paciente falecido e envidará esforços para que os fatos sejam esclarecidos a luz da verdade e da transparência que o caso requer (...) Esclarecemos que nosso corpo médico é qualificado e diligente e acredita que em nenhum momento houve negligência ou imperícia".