Segurança
Denúncias de crimes on-line contra mulheres sobem 109% em 2018
Na terça-feira passada foi comemorado o Dia Mundial da Internet Segura. Na data, a SaferNet Brasil afirmou ter registrado, no Brasil, uma alta de 109,95% em denúncias de crimes na internet, principalmente por queixas de crimes contra mulheres. A entidade é uma associação civil de direito privado que visa proteger a defesa dos direitos humanos na internet.
Ao longo do ano passado, a SaferNet recebeu por meio da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos nada menos que 133.732 queixas de crimes - em 2017, foram 63.698. As denúncias são feitas online por usuários anônimos, em projeto mantido pela SaferNet Brasil em parceria com o Ministério Público Federal.
Os três crimes mais denunciados, no ano passado, foram de pornografia infantil (60.002 denúncias), conteúdos de apologia e incitação à violência e crimes contra a vida (27.716 denúncias) e violência contra mulheres ou misoginia (16.717 denúncias). Esse último, por sinal, foi o que apresentou maior alta: 1.639,54% a mais em relação ao ano anterior.
A entidade aponta que o número de casos atendidos de vazamentos de "nudes" e sextorsão aumentou 131,49%. A maioria das pessoas afetadas são mulheres (66%) e acima de 25 anos (53%). Em 35% dos casos, o agressor tinha a posse de imagens íntimas para chantagear a vítima com o objetivo de obter mais fotos.
Em 2018, o Código Penal foi alterado e passou a punir com reclusão, de um a cinco anos, o ato de “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”. Casos de sextorsão também passaram a ser enquadrados como “estupro virtual”, com reclusão de seis a 10 anos.
No segundo lugar entre os auxílios da SaferNet, o ciberbullying e intimidação virtual representou um aumento de 13,4% em relação a 2017. As principais pessoas afetadas são mulheres (68%) e acima de 25 anos (60%).