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Poesia de bajeense é selecionada em competição nacional de Literatura
Publicada em 15/03/2019
A poseia “Café com meu pai...”, escrito pelo advogado bajeense Flávio Danúbio Silveira Vieira, 62 anos, foi uma das obras selecionadas no concurso nacional literário de novos poetas "Poetize 2019", da editora Vivara. Na competição, feita no segundo semestre de 2018, a comissão julgadora, composta pelos editores da instituição, escolheu as 250 melhores poesias entre 2103 inscrições de todo o Brasil, para participarem de uma coletânea que foi entregue aos vencedores.
Formado em direito pela Urcamp, Vieira explica que atua há 23 anos como advogado, mas em seu tempo livre, se dedica à criação de contos e poesias sobre questões existencialistas, temática que mais lhe agrada, pois aborda a psicologia humana.
O advogado conta que já chegou a escrever um livro de poesias, porém não publicou devido às dificuldades financeiras no mercado brasileiro. No texto escolhido para fazer parte da obra literária, Vieira relembra sua infância e a relação com seu pai através da nostalgia dos momentos onde tomavam café juntos. “São momentos que sinto saudades de quando eu era criança e via meu pai tomando café em um copo de vidro. Disso, nascia uma cumplicidade na expectativa dele me dar o finzinho do café. Então, é algo que foi escrito fundamentalmente com o coração”, declara.
O bajeense revela que esse foi o primeiro concurso literário do qual participou, quando questionado sobre seu motivo, destaca: “Chega uma hora que tu tens que te resolver. Chega um momento que a gente faz um autoenfrentamento e diz: eu sou um poeta, sou um escritor, o que eu sou? Eu gosto disso, me preparei para isso, amadureci e cheguei em um ponto da minha vida que devia seguir em frente e dar esse passo”, afirma o poeta, que adianta a intenção em se inscrever em novas competições, enfatizando que pretende participar da edição de 2020 do “Poetize”.
Café com meu pai…
Meu pai bebia café
Após o almoço e o jantar
Um copo de vidro…
… líquido escuro e negro…
Odor insuperável…
Eu espiava os seus olhos
Enquanto ele sorvia o café e sorria para mim
Não sei se sorria para me alegrar
Ou se a mensagem dizia:
“Aguarda que já vou te dar os últimos goles”
Confiante na resposta
Eu voltava a sorrir satisfeito
Posi logo o presente chegaria
E chegava mesmo
Doce e forte
Enquanto eu sorvia o café
Ele costumava olhar para mim
Um olhar cheio de cumplicidade
Que me faz sentir saudade da saudade
Quando vejo um homem beber café
Em um copo de vidro
Mas me conformo
“Ninguém perde ninguém”
O tempo é relativo
E logo juntos estaremos…
Por fim encerro os versos no livro
Dos meus confrades…
Que encontro na rua
E entre idades altas e baixas
Lá vamos nós saborear um café
Aprendi a gostar de café por tuas mãos pai!
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