Editorial
Retorno possível
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado terá, pela frente, a análise de um projeto que promete reforçar as frotas das forças de segurança pública. E não se trata de algo que amplie o orçamento para o setor, tampouco exija atenção mais imediata, mas uma questão até lógica de reverter prejuízos em benefícios. Uma iniciativa surgida na própria Casa Legislativa busca destinar carros e motocicletas apreendidos e sem identificação para uso da Polícia Federal, das polícias civis e militares dos estados e de outros órgãos ligados à segurança pública.
Se sabe que uma das questões preponderantes para o sucesso no trabalho de combate à criminalidade é a estrutura disposta aos órgãos que atuam no setor. Por mais que o foco, especificamente na atualidade, seja o uso da inteligência, sempre será fundamental um aporte de recursos para tornar qualquer ação, de fato, efetiva. A melhoria das frotas, como também é para a Saúde e a Educação, serve como pilar de qualquer objetivo.
A atual proposta, mesmo que caibam incrementos em sua composição, toca numa questão que há tempo exige um olhar mais atento. Até então, boa parte dos veículos apreendidos por irregularidades, após serem encaminhados para depósitos, são destinados para leilões oficiais. A medida, num contexto geral, busca retornar valores para os governos e, desse modo, garantir uma espécie de retorno ao trabalho desempenhado, muitas vezes nas fiscalizações, ou mesmo obras infraestruturais.
Porém, a possibilidade de que os mesmos equipamentos que forem a leilão passem a incrementar os parques das próprias polícias pode ser uma alternativa bem viável e, de certo modo, mais rápida no trabalho de recuperação de frotas. Sejam para uso imediato, ou mesmo reposição de peças, estes equipamentos podem solucionar uma demanda por recursos constantes na renovação de veículos. Enfim, é uma ação que projeta um retorno interessante e, claro, muito possível.