Cidade
Exército realiza evento alusivo aos 55 anos de 31 de março de 1964
A 3ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (3ª Bda C Mec) realizou, ontem, uma solenidade alusiva aos 55 anos do 31 de março de 1964, ocasião em que as Forças Armadas tomaram o poder, encerrando o governo do presidente eleito João Goulart (Jango). A celebração foi realizada internamente, durante a manhã, no pátio do 3º Regimento de Cavalaria Mecanizado (3º R C Mec).
A solenidade atendeu determinação do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que passou a orientação para o Ministério da Defesa, para que os quartéis fizessem as "comemorações devidas" em alusão à data.
Os eventos não eram realizados desde 2011, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT) orientou as Forças Armadas a suspensão de qualquer atividade para lembrar a data nas unidades militares. Apesar de determinar a comemoração, Bolsonaro deixou cada quartel livre para decidir o que seria o melhor meio para fazer a celebração.
Manifestação contrária
Para demonstrar a insatisfação com as comemorações dos militares em todo o Brasil, movimentos sociais realizaram atividades contrárias à exaltação da data. Em Bagé, a mobilização aconteceu na tarde deste domingo, na Praça de Esportes.
Segundo um dos organizadores, Lucas Rosa, cerca de sessenta pessoas estiveram reunidas no entorno da Concha Acústica da praça, número que considera razoável devido ao pouco tempo para divulgação da atividade. Ele destaca que o ato não teve envolvimento direto de organizações político-partidárias, mas, sim, de pessoas que se opõem ao enaltecimento da data. "Haviam evidentemente pessoas ligadas a instituições, partidos e coletivos, mas a coisa se deu de forma bem orgânica, do sentimento das pessoas, o desejo de demonstrar a insatisfação com as comemorações do Golpe de 64", declara.
Além disso, o manifestante também salienta que a mobilização serviu para fortalecer o ponto de vista e abrir a possibilidade de um diálogo com a sociedade de Bagé. "Foi um ato importante para reunir as pessoas, porque isso fortalece os movimentos, mas também para demonstrar um contraponto à narrativa que se encontra na voz de alguns setores do Exército que enaltecem o Golpe de 64 - narrativa essa que vem sendo reforçada pelo presidente Jair Bolsonaro", afirma.