Cidade
Fest Fronteira Literária integra escritores e estudantes
Com o objetivo de fomentar o debate cultural em torno da literatura brasileira contemporânea, aproximar escritores e o público leitor da Rainha da Fronteira, foi realizada, no sábado, a segunda edição do FestFronteira Literária. O evento aconteceu na livraria Café & Prosa e contou com a participação de escritores que despontam na literatura gaúcha, a exemplo de José Francisco Botelho, Luísa Geisler e Gustavo Czekster.
As atividades foram coordenadas pelo escritor bajeense Rodrigo Ungaretti Tavares. Ele salienta que houve uma evolução nesta segunda edição, principalmente na temática do encontro.Tavares observa que a ideia é ampliar o evento, trazendo editoras independentes e outros nomes importantes da literatura, porém é necessário viabilizar apoio financeiro para que isso se concretize. “Tivemos várias parcerias, mas há uma dificuldade de patrocínio”, lembra.
O festival literário contou com a mesa de debate literário, com a participação de José Francisco Botelho, Gabriela Silva, Gustavo Czekster e Valdomiro Martins. Em seguida, foi tratado o tema sobre Memória e Criação, com Vítor Necchi, Luíza Casanova, Giuliana Bruni e Moacir Lopes de Camargo. A última mesa da noite aconteceu com a participação de Luísa Geisler, Fernanda Matzenbacher, Jéssica Mattos e Cristina Cardoso, falando sobre o "Protagonismo das mulheres na Literatura brasileira".
A escritora e tradutora Luísa Geisler, autora de Contos de mentira (2011), Quiçá (2012) e Luzes de emergência se acenderão automaticamente (2014), foi duas vezes vencedora do Prêmio Sesc de Literatura, além de finalista do Prêmio Machado de Assis, semifinalista do Prêmio Oceanos de Literatura e duas vezes finalista do Jabuti. É mestra em Processo Criativo pela National University of Ireland.
Luísa conta que desde pequena gostava de ler e teve o incentivo dos pais. Segundo ela, através da literatura consegue contribuir com as pessoas. Com 27 anos e vários prêmios, a jovem revela que desde os 14 anos escreve. Ela afirma que lida com naturalidade e procura buscar opinião dos leitores para seus escritos. “Literatura é uma troca entre as pessoas”, relata.
Para a escritora, que teve uma vivência em Bagé em sua adolescência, conhecer o município de forma cultural foi uma grata surpresa. “Ver que Bagé tem uma vida cultural ativa e prédios históricos me deixou muito contente. O município é diferenciado neste sentido”, avalia.
A tradutora deve lançar seu próximo livro em julho, e, pela primeira vez, falará para jovens com a obra 'Enfim Capivaras'. “É um grupo de jovens que passam 12 horas em busca de uma capivara. Prometo que vai ser interessante”, relata.
Entre os participantes do festival estava a professora de literatura e escritora Luíza Casanova, 29 anos. Ela tem uma obra lançada por uma produtora independente e está finalizando um livro de contos realizado a partir da oficina literária de Luiz Antônio de Assis Brasil, em 2018. Para Luísa, que está começando na carreira de escritora, é muito importante eventos como o festival literário. “É maravilhoso viver isso e ouvir as pessoas. Eventos como a Feira do Livro são diferentes, não há como debater a literatura”, ressalta.
O evento contou com apoio da Secretaria Municipal de Cultura, Urcamp, Unipampa, Jornal MINUANO, Hotel Fenícia, Garupa, JW Imobiliária e Viação Ouro e Prata.