Campo e Negócios
Produtores rurais terão alternativa para voltar a tomar crédito em bancos
A equipe econômica do governo federal deve enviar, hoje, à Casa Civil, uma medida provisória (MP) que regulamenta o Fundo de Aval Fraterno. A MP é uma alternativa para a volta da tomada de crédito dos produtores rurais junto aos bancos e uma das soluções para as reivindicações do setor. O endividamento rural foi o tema da reunião da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) de terça-feira, que divulgou, ontem, o provável encaminhamento.
"Sempre que se vai buscar solução para problemas complexos como este, nós temos que levar um molho de solução, pois nenhum deles, sozinho, vai ser a solução para tudo. Não existe ferramenta única para uma construção, precisa de várias ferramentas", afirma o presidente da FPA, deputado Alceu Moreira, do MBD.
A proposta, segundo divulgado pela Frente, permite que os produtores rurais se reúnam em pequenos grupos, formando um fundo financeiro como forma de garantia para novos créditos junto à rede bancária. O sistema de aval cruzado teria grupos de 10 a 12 produtores que se avalizariam entre si. Além do produtor, indústria, banco e tesouro também participariam, já que estes últimos têm a intenção de mitigar os riscos de não pagamento por parte dos credores. Com a redução do risco, os juros ficariam mais baixos.
A intenção é trazer de volta para o mercado ativo o produtor que se inviabilizou pelo crédito. "Toda vez que o produtor tem um fôlego, ele é engolido pelo sócio oculto. Se nós não garantirmos que o produtor tenha renda, ele continuará se endividando", enfatiza Moreira.
Segundo o coordenador da Comissão de Endividamento Rural, o deputado Jerônimo George (PP), a ação dá ao produtor a condição de manejar suas garantias e manter o acesso de crédito junto aos bancos. "O que sai encarecendo ainda mais hoje é que o produtor tem que financiar fora dos bancos, com o risco desta operação, com o aumento do custo do dinheiro, que, somado à falta de um seguro agrícola consistente no Brasil, faz com que o dinheiro do agro seja muito caro", diz.