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Jornal Escrínio: a voz da imprensa feminista em Bagé (1899-1910)

Publicada em 19/04/2019
Jornal Escrínio: a voz da imprensa feminista em Bagé (1899-1910) | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Jornal Escrínio, acervo da hemeroteca do Museu Dom Diogo de Souza

 

Clarisse Ismério 

   Historiadora, doutora em História do Brasil (PUCRS), professora, pesquisadora e coordenadora do curso de História da Urcamp.

 


Dia 28 de março, numa palestra no Museu Dom Diogo de Souza, tive a oportunidade de apresentar os primeiros dados sobre a atuação da imprensa feminista em Bagé, fruto do Projeto de Pesquisa 'A história das mulheres sob a perspectiva dos periódicos locais (1889-1930)'. Nessa pesquisa, tenho a oportunidade de conhecer um pouco mais das grandes mulheres, que através dos periódicos locais, posicionaram-se contra o achatamento cultural imposto pela mentalidade positivista, que delimitava a mulher no espaço privado, desempenhando as funções de rainha do lar e anjo tutelar.

E no Brasil, nos primórdios da imprensa voltada para o público feminino, foi criada e conduzida por homens, como podemos citar o jornal Espelho Diamantino, publicado no Rio de Janeiro, em 1827, e O espelho das Brasileiras, produzido em Recife no ano de 1831. E foi também na cidade do Rio de Janeiro, em 1851, que a argentina Joana Paula Manso de Noronha criou o Jornal das Senhoras. Mas não se engane com o título, pois Joana Paula, não pretendia tratar de amenidades ou dos considerados “assuntos de mulher”, tais como arrumar a casa, bordar, tricotar etc. Muito pelo contrário, através das páginas de seu jornal, a redatora exigia que a mulher ocupasse seu verdadeiro papel na sociedade, não sendo mais um mero objeto de propriedade do homem.

O jornal Sexo Feminino (1873 -1874), publicado em Minas Gerais, por Francisca Senhoria da Motta Diniz, O Sexo Feminino (1874-1875) também defendia a atuação feminina no trabalho, sob a perspectiva da Educação.

E, no Rio Grande do Sul, o primeiro periódico escrito por mulheres foi  O Corymbo (1883-1943), das irmãs Revocata Heloísa de Mello e Julieta de Mello Monteiro, de Rio Grande, que versava sobre os direitos sociais das mulheres.

No dia 2 de janeiro de 1899, a feminista Andradina América de Andrada de Oliveira (1864-1935) criou o Escrínio - jornal literário, artístico e noticioso, em Bagé. Posteriormente, o periódico foi publicado em Rio Grande, Santa Maria e Porto Alegre, onde encerrou sua atuação em 25 de junho de 1910. Andradina, nasceu em Porto Alegre, em 12 de julho de 1864, filha do médico sanitarista Carlos Montezuma de Andrade e de Joaquina da Silva Pacheco, natural de Rio Pardo, e ao enviuvar do Alferes Augusto Martiniano de Oliveira mudou-se com seus dois filhos para Pelotas e depois para Rio Grande, onde atuou como professora e literata.

Mas foi em Bagé que sua postura feminista tomou voz nas páginas o semanário Escrínio, ao propor o protagonismo e a emancipação intelectual feminina ao abordar os mais variados temas socais. Foi também autora dos livros como O sacrifício de Laura (1891), Preludiando (1897), Almanaque literário e estatístico (1899), Você me conhece? (1899), A mulher rio-grandense (1907), Cruz de pérolas (1908), O perdão (1910) e Divórcio? (1912).

Andradina de Oliveira foi uma mulher adiante do seu tempo, que se notabilizou como escritora, dramaturga, conferencista e feminista assumida. E pelo reconhecimento de sua obra foi homenageada como patrona da cadeira número 11 da Academia literária Feminina de Letras do Rio Grande do Sul – ALFRS.

Esses dados apresentados são preliminares, pois ainda temos muito a pesquisar sobre esse estimulante e inquietante tema. Aproveito para agradecer à Urcamp, por propiciar o desenvolvimento desse projeto; às gestoras do Museu Dom Diogo de Souza, pelo auxílio na pesquisa, e à Ketherine Acosta, minha bolsista Fapergs, pela parceria de sempre.

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