Cidade
Caged aponta saldo negativo de empregabilidade em Bagé no primeiro trimestre de 2019
Pela primeira vez, desde 2014, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) apontou saldo negativo de empregabilidade em Bagé no primeiro trimestre do ano. Segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira, pelo Ministério da Economia, entre janeiro e março de 2019, a Rainha da Fronteira contabilizou 1.429 admissões e 1.735 desligamentos, ou seja, houve uma queda de 306 postos de trabalho. No estudo, também foi identificado que o setor que mais sofreu baixas foi o de serviços, com diminuição de 335 postos.
No entanto, esses dados são contestados pelo secretário municipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Bayard Paschoa Pereira, o qual afirma que o resultado negativo se deve a um equívoco na apuração referente a janeiro, que teve saldo negativo de 362 vagas.
O secretário explica que três fatores alteraram os resultados do primeiro mês do ano, sendo que o mais preocupante seria a queda de 144 vagas de professores da Educação de Jovens e Adultos do Ensino Fundamental (1º ao 4º ano). "Fomos atrás desses números e acreditamos que se trata de um dado falso positivo, pois não conseguimos identificar na realidade do município, sobretudo essas demissões da área educacional. Fora que não achamos algo que pudesse explicar essa variação nem nos outros municípios da região", declara.
Além disso, Bayard destaca também que no mesmo período houveram demissões em Candiota que foram registradas como se fossem em Bagé e que as demissões das contratações temporárias de dezembro acabaram sendo anotadas em janeiro.
Com isso, o titular da pasta afirma que está entrando com um pedido para que o Ministério da Economia identifique de onde saíram esses dados e qual a empresa responsável pela queda de 144 vagas da área educacional apontadas no estudo.
Vagas captadas
Segundo o coordenador da agência local da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS/Sine), Marcelo Nalério, outro fator que pode ter influenciado o resultado do Caged foi a diminuição no número de vagas disponibilizadas na cidade, no período, através do Sistema Nacional de Emprego (Sine).
O coordenador explica que, apesar da procura por parte da unidade, as empresas não corresponderam como no ano passado. Para ele, este decréscimo pode ter ocorrido devido à uma expectativa, por parte dos empresários, sobre a Reforma da Previdência Social e a criação de novas políticas do governo federal para a facilitação da empregabilidade.
Em contrapartida, Nalério destaca que, no mesmo período, houve um aumento na quantidade de cadastros no Microempreendedor Individual (MEI). "Nós notamos que o número de alvarás para trabalhadores autônomos aumentou bastante neste primeiro trimestre, em Bagé, em especial em setores como a Construção Civil", revela.