Segurança
Quadrimestre registra queda no índice de crimes contra a vida em Bagé
por Marcelo Rodríguez Acadêmico de Jornalismo da Urcamp
Robson da Silva Pereira, de 20 anos, morreu na noite de terça-feira, 23, após ser atingido por disparos de arma de fogo, no bairro Ivo Ferronato. Estatisticamente, ele se tornou a segunda vítima de homicídio de 2019 em Bagé. O primeiro, Fábio Gleite Rodrigues, de 33 anos, foi morto em fevereiro, no bairro Stand, também após ser alvejado a tiros. O número de crimes do tipo registrados no quadrimestre de janeiro a abril é menos da metade do que foi registrado no mesmo período de 2018, e três vezes menor ao contabilizado em 2017.
Para o levantamento, realizado pelo Jornal MINUANO, são considerados os crimes de homicídio, latrocínio e feminicídio. Entre janeiro e abril de 2019, foram registrados dois homicídios, enquanto no mesmo período do ano passado foram contabilizados cinco assassinatos, sendo três homicídios, um latrocínio e um feminicídio. A redução desses tipos de crimes também é identificada no comparativo entre 2018 e 2017. No primeiro quadrimestre de 2017, sete foram as mortes registradas, todas caracterizadas como homicídios.
Segundo o delegado Luís Eduardo Benites, titular da 9ª Delegacia de Polícia Regional de Bagé, essa redução é fruto de um trabalho focado em duas frentes: a prevenção e a resolução. "Ano passado, tivemos um alto número de assassinatos, mas com quase todos inquéritos concluídos e entregues ao Poder Judiciário. A questão do combate à impunidade é determinante para explicar a redução dos índices. Todos os especialistas em segurança pública do País e do âmbito internacional apontam isso", explica Benites.
Outro fator que o delegado destaca é o constante combate ao narcotráfico e às organizações criminosas. "Estas ações têm inibido, também, de certa forma, alguns atos de maior violência. Isso têm contribuído para a diminuição", comenta. Benites aponta, ainda, a agilidade com que as forças de segurança trabalham a partir da ocorrência dos crimes. "Isso faz com que, também, haja uma inibição", explica. O delegado ressalta o fortalecimento do trabalho conjunto entre as forças de segurança, através de forças-tarefa, como impactante.
Apesar do aumento nos crimes contra a vida, Benites explica que o município sempre teve números abaixo dos dois dígitos. "A partir de 2016, tivemos um incremento, resultado da interiorização das organizações criminosas. Até 2015, Bagé era a 17ª cidade menos violenta do País. Mesmo com os números dos últimos três anos, continuamos sendo uma das cidades com mais de 100 mil habitantes menos violentas do Estado. É astronômica a diferença com outros municípios", conclui o delegado regional.