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Presidente do TRT destaca que Justiça do Trabalho está preparada para um novo momento

As celebrações em homenagem ao Dia do Trabalho iniciaram, ontem, em Bagé, com a visita da desembargadora Vania Cunha Mattos, presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT4). A magistrada cumpriu uma série de atividades no município, iniciando com a abertura da exposição "Instrospecção", do artista Leonir Garcia, no saguão do Foro Trabalhista de Bagé. A atividade foi idealizada pela diretora do Foro e juíza titular da 1ª Vara, Marcele Cruz Lanot Antoniazzi, para marcar a abertura da Semana do Trabalho.

Vania destacou que, ante à austeridade do Foro trabalhista, uma mostra de arte vem, não apenas como uma forma de desenvolver a arte e a cultura, mas também, de aproximar o trabalhador do fazer artístico e descontrair o ambiente sisudo e sério vinculado à Justiça trabalhista. "Este prédio (o foro) é, basicamente, um prédio de conflito. A arte atua, faz com que as pessoas pensem um pouco e se desestressem antes de participar das audiências", destaca.

Já a juíza titular da 1ª Vara, Marcele Antoniazzi, ressalta o caráter inclusivo da exposição. "Hoje temos um grupo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), trabalhadores. É isso que queremos, democratizar a arte, aproximar a comunidade que passa por aqui. É um ambiente de arte em meio a um ambiente em que as pessoas trazem seus litígios para serem dirimidos pela Justiça do Trabalho", comenta.

Esta é a segunda vez que a presidente do Tribunal Regional do Trabalho, desembargadora Vania Cunha Mattos, vem a Bagé. A primeira foi a convite da Urcamp, quando a magistrada realizou a palestra de abertura das festividades dos 50 anos do curso de Direito da Urcamp. "Naquela ocasião, percebemos que a desembargadora, além de renomada jurista, possui forte ligação com a arte, uma vez que é fotógrafa profissional. Inclusive, nos presenteou com seus registros dos prédios bajeenses, incluindo nosso Museu Dom Diogo de Souza", salienta a reitora da Urcamp e presidente da Fundação Attila Taborda (Fat), Lia Maria Herzer Quintana.

Uma vez que a própria instituição participou da exposição, com mostra de objetos do acervo do Museu Dom Diogo de Souza, mantido pela Fat, itens com ligação a diversos tipos de ocupações, Lia reitera o papel da Urcamp enquanto instituição comunitária, que cumpre com seu papel social. "Quando a Drª. Marcele Antoniazzi nos convidou a participar da organização da mostra, vimos mais uma oportunidade de contribuir com a cultura, o que nos deixa muito felizes", aponta. Outro fator mencionado por Lia é a importância do envolvimento da instituição em atividades em alusão ao Dia do Trabalhador. Isto porque, conforme destaca, a instituição busca valorizar o colaborador. "Entendemos que a peça fundamental para que essa grande engrenagem funcione é a equipe, e em todos os nossos momentos, difíceis ou de glória, contamos com pessoas que vestem a camiseta da Urcamp", diz.

A mostra de Leonir Garcia fica aberta para visitação do público até 10 de maio, das 10h às 18h. Ao todo, são nove obras expostas, com pinturas realizadas por Garcia entre os anos de 2003 e 2015.

Audiência pública apresenta força de proteção contra extinção da Justiça do Trabalho

"Desde que assumi não faço outra coisa a não ser defender a Justiça do Trabalho e vou defender até o último dia da minha vida". Assim, a desembargadora define sua participação na audiência pública realizada na Câmara de Vereadores, onde participou do debate sobre os direitos trabalhistas na atualidade e a reforma trabalhista, dentro da agenda programada para Bagé. O evento, promovido pela Comissão de Educação, Cultura, Direitos Humanos e Segurança, da Câmara de Vereadores de Bagé, marca a celebração do Dia Internacional do Trabalho.

Antes da reunião, a desembargadora conversou com a reportagem do Jornal MINUANO, onde demonstrou posição firme em proteção à manutenção da Justiça do Trabalho. Contudo, destacou que o órgão está preparado para ingressar em um novo momento. "Hoje há um novo papel da Justiça de fomentar mediações e conciliações, então, dentro desta perspectiva, ela assume uma nova direção em busca de soluções mais globais, como a mediação, que é o grande instrumento para se conseguir justiça mais rápida, mais célere e eficaz", afirma.

Questionada sobre os dados apontados na última semana, em que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta um aumento na taxa de desocupação, que hoje alcançou 12,4%, e se houve reflexo deste índice na Justiça, declara: "Aqueles que defendiam que com a reforma trabalhista os empregos iam aparecer, ficou provado que não. O desemprego continua, é um problema muito mais amplo e não se resolve com com a reforma. O texto tem pontos positivos e negativos, mas engana-se quem acha que vai gerar mais empregos".

O procurador jurídico geral da Urcamp, Álvaro Pimenta Meira, também participou da audiência pública e destacou o importante papel da Justiça do Trabalho, principalmente com zelo à aplicação das leis vigentes. "A legislação trabalhista deve ser vista de forma muito madura, como objeto de muita seriedade para que possamos construir um resultado final que gere bem-estar e satisfação tanto para o trabalhador quanto para o empregador", declara.

Também participaram da atividade a presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra4), Carolina Hostyn Gralha, representantes do Ministério Público do Trabalho e da comunidade em geral.