Opinião
A importância do Polo Carboquímico para o RS
por Fábio Branco
Deputado estadual e líder da Bancada do MDB na AL
Na última terça-feira, especialistas do setor carbonífero participaram, em Porto Alegre, de um seminário promovido pela Sociedade de Engenharia do RS. Na pauta, os novos aproveitamentos para o carvão mineral do Rio Grande do Sul, sobretudo a partir da indústria carboquímica.
Desde que a gaúcha Copelmi e a norte-americana Air Products anunciaram a intenção de implantar uma mina e uma planta para produzir gás a partir do carvão em Eldorado do Sul, na região Carbonífera, o debate divide entusiastas do tema e ambientalistas.
Após o debate, ficam algumas conclusões. A primeira delas é que antes de qualquer definição, a sociedade precisa ser ouvida. A discussão, no entanto, não pode ser meramente ideológica, e sim baseada nos aspectos técnicos. Empreendedores e engenheiros afirmam que há tecnologia disponível para permitir a mineração de modo que não sejam produzidos danos irreparáveis ao meio ambiente. A Fepam possui técnicos experientes e comprometidos com a preservação ambiental e de forma alguma o Estado concederá licenças de modo açodado ou negligente.
Outro ponto é que não podemos centrar toda a discussão sobre a indústria carboquímica em um único projeto. O polo pressupõe não um, mas vários outros empreendimentos, inclusive na região da Campanha.
A Vamtec, empresa com sede no Espírito Santo, tem interesse na implantação de uma planta em Candiota para a produção de metanol a partir da gaseificação do carvão. O município tem sua economia atrelada à extração de carvão, detém mão de obra qualificada e tradicionalmente recebe de braços abertos empreendimentos desse setor.
As reservas de carvão do Brasil são três vezes maiores que as de petróleo. Cerca de 90% dessa riqueza fica no Rio Grande do Sul. Se o Brasil discute tanto o pré-sal, é inconcebível que continuemos de olhos fechados para o carvão e suas inúmeras possibilidades além da produção de energia elétrica.