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Cidade

É dia de Feira

Publicada em 28/05/2019
É dia de Feira | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Da horta ao Calçadão: produtos locais ganham mercado

por Murilo Alves e Miquéli Romero
Acadêmicos de Jornalismo da Urcamp


É no Calçadão de Bagé, ao lado do ponto de táxi, pela rua Marechal Floriano, que acontece, todas as terças e sextas-feiras, a Feira Livre Municipal. A atividade conta com a participação de 11 feirantes, produtores de hortaliças, frutas e legumes, e também com sete doceiras, que, além de serem responsáveis por levar todo o sabor das compotas e doces de frutas, oferecem rapaduras e pães de vários tipos.
A feira cumpre um papel importante não apenas na alimentação e saúde dos bajeenses, tendo em vista que todos os produtos em oferta são de origem orgânica, mas também serve como um pilar fundamental na economia da cidade e das famílias que dependem da agricultura para se sustentar.
Uma dessas famílias é a de Vanderlei Caldeira, agricultor e feirante, de 49 anos, que participa da feira há mais de dez anos. Ele conta que o trabalho no campo sempre esteve presente em sua vida e que o negócio vem passando de geração a geração. "Quando era criança, morava em uma chácara na Avenida São Judas e, à medida em que a cidade foi crescendo, cada membro da família foi adquirindo o próprio campo e garantindo a sua própria fonte de renda", explica. E foi partir daí que o produtor começou com a sua própria plantação. Em sua propriedade, localizada a sete quilômetros do centro da cidade, são plantadas hortaliças como alface, couve, tempero, mostarda, rúcula e rabanete. Segundo ele, a horta é a base de tudo, pois tem o ciclo curto, rápido e produz durante o ano inteiro. "Nós viramos o ano inteiro produzindo para que possamos sustentar as despesas e ter lucro numa venda continuada", pontua.
O agricultor comenta, satisfeito, o diferencial que esse tipo de plantio tem. "Em dinheiro, a horta é mais rápida do que a lavoura. É que a lavoura tem o ciclo, tu planta e espera de três a quatro meses e tu não colhe, espera um ano para fazer uma ou duas colheitas. Aqui não, tu colhe todos os dias, entrega todos os dias e todos os dias tem coisa nova para plantar e colher", diz.
O processo de colheita é realizado a partir das 16h e demora em torno de três horas, exceto com alguns produtos que precisam serem limpos e atados. Após feito todo esse processo, já nas primeiras horas da manhã, a carga já está indo em direção ao mercado. Os produtos levados para a feira passam pelo mesmo processo.
Caldeira destaca mais um benefício, desta vez, a diferença da compra de produtos locais. "É um processo que leva de 12 a 14 horas para estar chegando no mercado, isso é um diferencial. É como tu colher na horta e levar direto para a mesa", salienta.
O produtor usa o exemplo da couve, hortaliça que tem um prazo de até dois dias para ser consumida, e quando oriunda de outro município, a colheita é feita um dia antes e leva quase mais um dia para chegar nos mercados, fator que, de acordo com o agricultor, influencia na qualidade da mercadoria. "Quando chegam, ainda tem o risco de estarem amareladas ou detonadas por causa do calor da viagem. Já os produtores daqui têm a vantagem de a viagem ser mais curta, o tratamento dela é mais rápido'', enfatiza.
Na feira, tudo já é mais prático e é aí que o útil e o agradável se unem. Para o agricultor, o pagamento é à vista e para o cliente já sai mais barato do que comprar no mercado. "Eu colho hoje e amanhã. Eu estou vindo de volta e o dinheiro vem junto comigo. Lá não se vende fiado, o mercado obriga o produtor a fazer a regra dele. O prazo é ele e não nós que determinamos", argumenta. Além de verduras que tiveram um tratamento mais rápido, o preço também é um proveito que o cliente tem. "O preço da feira é diferenciado, um tempero, por exemplo, em qualquer mercado é acima de R$ 2,00, e lá começa em R$ 1,50 para baixo, até por R$1,00, conforme a oferta e a procura", informa. Caldeira diz ainda que a feira, hoje, detém maior poder de venda na cidade, e que nem todos os mercados juntos conseguem vender o que a feira comercializa.
Entretanto, para que tudo chegue em perfeito estado, é preciso que um processo minucioso seja realizado a cada dia. Na horta do 'Seu Vanderlei' tudo é tratado com muito zelo. O agricultor garante que é fundamental o cuidado com a limpeza dos canteiros, para que outras plantas não se enredem nas hortaliças. "Leva uma manhã inteira de trabalho, porque tudo que não deve estar aqui precisa ser retirado com as mãos", explica.
Quando questionado porque ainda continua nesse ramo, mesmo com todas as dificuldades, sem hesitar, responde com toda a firmeza: "Porque isso é uma coisa que se faz porque se gosta de fazer, senão não fica. No campo, ninguém fica se não gosta. Se trabalha sempre ao relento, quando tá chovendo, é na chuva, quando faz sol quente, é no sol quente. Tu não tem um ar condicionado, aqui não tem essas coisas. Tudo vai do campo para a cidade", destaca.
Caldeira garante que, mesmo se tivesse oportunidade, não mudaria de profissão. "Tem gente que tem vocação para trabalhar num escritório, várias coisas. Eu não. Eu não trocaria por dinheiro nenhum. Jamais faria algo que eu não gosto só por dinheiro", conclui.

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