MENU

Identifique-se!

Se já é assinante informe seus dados de acesso abaixo para usufruir de seu plano de assinatura. Utilize o link "Lembrar Senha" caso tenha esquecido sua senha de acesso. Lembrar sua senha
Área do Assinante | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Ainda não assina o
Minuano On-line?

Diversos planos que se encaixam nas suas necessidades e possibilidades.
Clique abaixo, conheça nossos planos e aproveite as vantagens de ler o Minuano em qualquer lugar que você esteja, na cidade, no campo, na praia ou no exterior.
CONHEÇA OS PLANOS

ELLAS

A parte que sempre falta

Publicada em 31/05/2019
A parte que sempre falta | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

por Marcelo Rodríguez
Acadêmico de Jornalismo da Urcamp

 

Quantas vezes você se pegou pensando sobre aquela parte que faltava? Uma história de amor, um desafio profissional diferente, um lugar novo para morar, enfim, algo que você sentia que precisava ter para ser feliz ou preencher um vazio. Quantas vezes você tentou projetar a felicidade em cima de bens materiais? Quantas vezes você se julgou infeliz por não ter ou viver as mesmas coisas que outras pessoas? Esse texto não é sobre recalque. Pelo contrário, é sobre valorização. Pegue um café, que, hoje, vamos fazer algumas reflexões despretensiosas.

No ano passado, um livro infantil estrangeiro chegou a ser o primeiro lugar na lista de mais vendidos da Amazon no Brasil. Isso depois de ser recomendado pela youtuber Julia Tolezano, do canal Jout Jout Prazer. O livro é “A parte que falta”, de Shel Silverstein (Companhia das Letrinhas). Apesar de ser infantil, ele traz uma reflexão profunda sobre a vida, mas em forma de metáfora, é claro. O livro trata sobre um “círculo” ao qual lhe falta uma “fatia” e sobre a sua jornada para encontrá-la. Já aviso que, provavelmente, vai ter spoiler.

Com muitas ilustrações e pouquíssimas linhas de texto, o livro apresenta o personagem principal já em sua busca por algo que lhe falta. No caminho, ele se torra no sol e agradece quando a chuva o refresca. Mas também se congela na neve e é salvo pelo mesmo sol que o aquece. De qualquer forma, ele não desiste. Por ter um pedaço faltando, ele não consegue rodar muito rápido. Assim, tem a oportunidade de desfrutar coisas como o aroma de uma flor, a companhia de uma minhoca ou a beleza de uma borboleta.

As peripécias continuam. Oceanos, matagais, ladeiras acima, ladeiras abaixo. Até encontrar o que parecia ser a parte que lhe faltava. Mas “a parte” não estava disposta a completá-lo… já se sentia completa. Cruzou pelo caminho com outras. Algumas ficaram pequenas demais, outras grandes. Outra encaixava, mas ele não a segurou forte o bastante e a perdeu. Na seguinte, ele segurou forte demais e a quebrou. Continuou procurando. Caiu em poços, esbarrou com paredes de pedra. Nada o detinha. Ele precisava achar a parte que lhe faltava.

Em determinado momento, ele a achou. Não era qualquer parte. Era daquelas que parece encaixar perfeitamente. E se antes ele rodava devagar, agora ele conseguia rodar rápido, muito rápido. Tão rápido que não conseguia parar para conversar com a minhoca. Nem para sentir o aroma da flor. Muito menos para que a borboleta pousasse nele. De repente, ele entendeu que ter aquela parte não o fazia feliz. Então, cuidadosamente, a soltou. E seguiu o seu caminho de busca.

Lembra que eu falei que ia ser um texto de valorização? O círculo, na tentativa de achar aquilo que ele procurava, acabou perdendo o que ele mais amava… a companhia da minhoca, o aroma da flor e a beleza da borboleta. Ele já não mais desfrutava daquele caminho, que, apesar de tortuoso, dava-lhe vida.

Sabe aquelas perguntinhas do início? Então, quantas vezes a gente esqueceu e esquece que a felicidade não está em alcançar algo ou encontrar alguém? Quantas vezes a gente esqueceu e esquece que não é sobre o destino, mas sobre a jornada? Quantas vezes a gente esqueceu e esquece que a vida, apesar de ser ladeira acima, proporciona uma vista única e intransferível? Não se preocupe com o que o resto das pessoas tem ou onde elas chegaram. Faça o seu caminho. Sorria. Cante. Afinal, eventualmente, o fim chega para todos.

Galeria de Imagens
PLANTÃO 24 HORAS

(53) 9931-9914

jornal@minuano.urcamp.edu.br
SETOR COMERCIAL

(53) 3242.7693

jornal@minuano.urcamp.edu.br
CENTRAL DO ASSINANTE

(53) 3241.6377

jornal@minuano.urcamp.edu.br