Segurança
Apenado é condenado por assassinato dentro do Presídio de Bagé
O réu Leandro Pires foi condenado, ontem, pelo Júri Popular, realizado no Fórum da Comarca de Bagé, a 14 anos de prisão, em regime fechado, pelo homicídio qualificado, por motivo fútil, de Edson Leandro da Silva Lopes, ocorrido no dia 29 de janeiro de 2018, no interior do Presídio Regional de Bagé (PRB).
Durante a oitiva, o réu alegou que a vítima o teria ameaçado e desferido um soco em seu rosto no dia do fato. “No dia anterior, eu havia emprestado um cobertor para ele, pois estava dormindo sob uns papelões, dizendo que, no outro dia, pela manhã, ele deveria me entregar. Quando fui pedir, ele me ameaçou, disse que iria me dar um soco”, contou.
Na sequência, Pires relatou que, com medo de ser agredido, se armou com um estoque. “Quando fui falar novamente com ele, botei a “faca” na cintura. Ele veio e me acertou um soco no olho, então eu desferi um golpe de estoque no peito dele. Depois, ele foi ainda tomar água e depois caiu e ficou deitado no chão. Até pensei em ajudar, mas achei que ele estava 'se fazendo'. Só depois vimos que ele estava mal mesmo e ainda ajudei o outro preso a levar até o posto dos agentes penitenciários. Antes disso, eu entreguei o estoque e disse o que tinha feito”, relatou.
O promotor do Ministério Público, Cláudio Rafael Morosin Rodrigues, questionou se o apenado já havia respondido por crime de lesão com faca, o que foi confirmado por Pires, que disse que já havia sido condenado por este outro crime. “Após o fato, eu fui para a Delegacia de Polícia e fui ouvido. Eu estava machucado no rosto, com um corte, do soco que ele tinha me dado, mas somente foi feito o exame duas semanas depois. Já não tinha marca aparente. No dia, eles não deram atenção para isso. Quando voltei para cadeia, fui colocado em isolamento, pois é procedimento padrão quando ocorre esse tipo de situação e a gente perde o convívio com outros presos”, concluiu.
Nenhuma testemunha foi ouvida no julgamento, que terminou por volta das 15h50min de ontem.