Campo e Negócios
Seminário sobre técnicas para controle do capim-annoni terá etapa em Bagé
Uma planta invasora que desvaloriza o campo e reduz o desempenho do gado vem causando prejuízos aos produtores gaúchos há anos. De origem africana, o capim-annoni encontrou condições propícias para sua proliferação no Rio Grande do Sul. Para auxiliar o produtor a controlar esta invasora, o Senar-RS e a Embrapa Pecuária Sul prepararam um roteiro de eventos pelo Estado que terá, no dia 26 de junho, uma etapa em Bagé.
O roteiro prevê, ainda, atividades em Pelotas (24/06), São Gabriel (25/06), Uruguaiana (27/06) e Itaqui (28/6), com enfoque no Método Integrado de Recuperação de Pastagens: Mirapasto, que tem se apresentado como uma alternativa eficaz no controle desta planta.
De acordo com o instrutor do Senar-RS, Leonardo Perez, o capim-annoni compromete a produtividade no campo, causando desgaste na dentição dos animais e, por ser mais fibroso e menos nutritivo, o ganho de peso é mais lento. Aprender a identificar é o primeiro passo para o combate, indica ele, que revela ser comum que produtores confundam a planta com outras que surgem no campo. Ao avistar os primeiros focos é necessário iniciar o combate.
Mirapasto
O controle de qualquer planta indesejada deve primar por um manejo integrado que associe diferentes ferramentas, na busca de evitar perdas de produtividade. E, para ajudar o produtor a combater o capim-annoni, o Senar-RS e a Embrapa Pecuária Sul estão levando ao Sul do Estado a metodologia Mirapasto, que se assenta em quatro pilares: controle de plantas indesejáveis adultas, correção e manutenção da fertilidade do solo, introdução de espécies forrageiras de inverno e de verão e controle da oferta de pasto.
"Em nossos experimentos, o capim-annoni vem impondo perdas de mais de 50% no ganho de peso por área. Por meio do Mirapasto, método desenvolvido pela Embrapa, conseguimos reverter a degradação e melhorar a produtividade do campo, gerando mais renda para o produtor", relata o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Naylor Perez, que atua, dentre outras áreas, em controle de plantas indesejáveis em pastagens e integração lavoura-pecuária. Além das práticas de prevenção, o Mirapasto propõe o controle das plantas indesejáveis por meio da aplicação seletiva de herbicida, com o uso da enxada química e da máquina Campo Limpo, sendo esta última uma tecnologia idealizada pela Embrapa.
"O Mirapasto compila uma forma integrada de lidar com o capim-annoni, evitando sua expansão. É muito difícil que uma prática isolada resolva o problema da infestação. É preciso juntar esforços, ter persistência e planejamento na adoção do método", assegura a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, especialista em manejo de plantas daninhas, Fabiane Lamego.