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Cidade

Saneamento: uma questão de saúde pública

Publicada em 03/07/2019
Saneamento: uma questão de saúde pública | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Limpeza de valetas foi realizada na Vila Damé

por Larissa Macedo e Nadine Posqui
Acadêmicas de Jornalismo da Urcamp

O saneamento no Brasil é regulamentado pela Lei nº 11.445/2007 que estabelece o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Essa legislação determina diretrizes para o conjunto de serviços, infraestruturas e instalações de abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo das águas pluviais.

No Brasil, apenas 60,2% da população possui acesso à coleta de esgoto, ou seja, milhões de pessoas ainda buscam alternativas para fugir dos problemas causados pela falta de acesso. No Rio Grande do Sul, este dado é ainda mais alarmante. Menos de 50% do esgoto gerado é coletado, e apenas cerca de 13% é tratado.

Em Bagé, segundo dados do Departamento de Água, Arroios e Esgoto (Daeb), 77% do esgoto é coletado e 22% tratado. "Comparando com os números nacionais e estaduais, estamos acima da média no quesito coleta de esgoto. Isso significa o esforço que a municipalidade vem realizando para melhorar a qualidade de vida dos moradores da cidade", afirma Elizandra Echevarria, engenheira química do Daeb. Segundo ela, estes números vão subir ainda mais depois que começar a funcionar a obra da Estação Central de Tratamento de Esgoto. "Vamos passar para 86% de esgoto coletado e 47% de tratado. Um diferencial dentro da realidade do país", destaca.

Mas há locais na cidade de Bagé, como no bairro Damé, em que os moradores não possuem esgotamento sanitário. Ao chegar no local, já é possível sentir o mau cheiro ocasionado pelos esgotos a céu aberto. Para solucionar o problema, alguns moradores instalaram, por conta própria, bueiros em frente às suas casas. Esta é a situação da empresária Andréia Goulart, que conta como o mau cheiro e os insetos atrapalham nas suas vendas. "É muito ruim viver assim, tem mosca, mosquito, mau cheiro, lixo, cobra, rato. Eu mesma tive que pagar pelos meus bueiros, para melhorar a situação", destaca.

Ao circular pelo bairro, a situação é similar. Alguns locais possuem valetas com lixo e dejetos na entrada das residências. É o que acontece na casa da dona Clotilde Oliveira, de 55 anos, que espera por bueiros há mais de dois anos, para amenizar o cheiro ruim que entra em sua casa todos os dias. "É horrível, porque a gente tem criança pequena e se preocupa com a dengue. Os vigilantes sanitários analisam a água parada no pátio, mas não se preocupam com a valeta na frente de casa, que quando chove enche de água e barro. Está muito complicado", salienta a doméstica.

O mecânico Vânio Garcia, que há oito meses está morando no bairro, conta que já está sentindo os problemas. "O esgoto fica a céu aberto, os dejetos que saem da casa escorrem na lateral da rua. É o cheiro, é mosca, atrai tudo que é inseto. Fica ruim", destaca ao ser questionado sobre como é viver com a falta de esgotamento.

O Daeb afirma que, em dois anos, foram implantados mais de 12 quilômetros de bueiros na cidade, em diversos bairros. Estas colocações foram possíveis depois da criação do Programa de Combate a Alagamentos (PCA), que realiza ações para melhorar o escoamento da água das chuvas, evitando inundações. O Departamento afirma ainda que, em junho, realizou mutirão de limpeza de valetas na Vila Damé. No total, mais de 1000 metros foram limpos. Já está programado, inclusive, que o programa Meu Bairro Melhor, projeto com ações integradas de várias secretarias do governo, seja realizado nesta localidade. Na ocasião, o Daeb implantará bueiros, conforme planejamento que está sendo estabelecido.

Projeto em sala de aula

Como uma forma de amenizar o problema, as alunas Helena Paiva e Luana Antolini, do Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, através do Trabalho de Conclusão de Ano (TCA), buscaram a orientação do coordenador do curso de Farmácia da Urcamp, professor Guilherme Bragança, para que juntos desenvolvessem um projeto com o intuito de melhorar a saúde das pessoas afetadas pela falta de saneamento em Bagé.

Helena explica que o projeto surgiu da ideia de ter que fazer um Trabalho de Conclusão de Ano, o TCA, que, em 2019, teve o tema "município". "A gente escolheu falar sobre saúde e saneamento básico, pela abrangência do assunto. Quando começamos a pesquisar não imaginamos a gravidade", comenta. Guilherme destaca: "Temos alguns tabus que precisamos quebrar e um deles é que somente a gestão municipal tem obrigação de sanear". E complementa: "Sabemos que é um dever da gestão, mas quando falamos de higiene e saúde, não estamos apenas falando em gestão".

A deficiência no tratamento e destinação adequada de esgoto ainda é a causa de diversas doenças no país, especialmente em crianças na primeira infância, período dos 0 a 5 anos, fase em que os fatores externos são determinantes para o seu desenvolvimento físico e intelectual. Dados mostram que, ao longo de 2017, as internações hospitalares de pacientes no Serviço Único de Saúde (SUS), em todo o país, geradas pela falta de saneamento básico e acesso à água de qualidade, geraram um custo de R$ 100 milhões. De acordo com o Ministério de Saúde, ao todo, foram 263,4 mil internações.

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