Cidade
Assembleia debaterá dissolução do Clube Comercial
Uma história iniciada há 133 pode ter seu último capítulo definido amanhã. Uma assembleia, marcada para às 17h30min, deve definir o destino do Clube Comercial, com possibilidade de dissolução da entidade. O encerramento das atividades, e posterior venda do complexo, é apontada como saída, pela atual diretoria, para vencer todas as pendências financeiras que a entidade acumula.
O presidente da entidade, Roberto Silveira Bandeira, destaca que, mediante a importância do ato, o processo está sendo conduzido com muito cuidado e atenção, a fim de atender de forma adequada todas as previsões do estatuto social do clube. Justamente por isso, foi nomeada uma comissão, com integrantes sem ligações com a atual diretoria, para comandar os trâmites. Serão eles os responsáveis por conduzir a Assembleia.
Em caso de venda, também será a comissão a encarregada de conduzir as negociações do patrimônio e aplicação dos recursos. Bandeira destaca, ainda, que foi solicitado o acompanhamento do Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual durante estas negociações e emprego dos recursos obtidos com a venda.
Para avaliar o valor do imóvel, erguido entre 1934 e 1937, com projeto de Carlos Moreira, a entidade contatou diversas imobiliárias da cidade, que já deram início aos trabalhos. Uma das corretoras de imóveis, inclusive, adiantou interesse de um potencial comprador.
Bandeira explica que as dívidas da entidade somam mais de R$ 1,5 milhão e há previsão de que a venda seja de duas a três vezes superior a esse montante. O presidente da entidade adianta que o valor restante, após liquidar todos os débitos, será empregado em alguma obra no setor da saúde. “É uma forma relevante de perpetuar o nome do clube, entregando um serviço importante para Bagé”, diz.
Os gastos mensais, somando as despesas do clube e valores de parcelamento de pendências, gira em torno de R$ 48 mil. O presidente destaca que mesmo em épocas de maior movimento no clube (principalmente inverno), este valor não é alcançado, o que tem gradualmente inviabilizado o funcionamento. “O clube não está penhorado, só tem dívidas que sabemos que não serão revertidas. Optamos por essa alternativa para evitar levar a grande história do clube a consequências mais sérias, como um leilão”, explica.
Bandeira faz questão de ressaltar que, mesmo em caso de venda do complexo, todos os eventos agendados até o final deste ano serão mantidos. “Preservar estas datas já marcadas é uma das condições para venda”, garante.