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Venda do Clube Comercial é autorizada pelo preço mínimo de R$ 8 milhões
Mesmo sendo para definir a dissolução e venda do Clube Comercial, entidade centenária fundada em 3 de junho de 1886, a assembleia realizada na noite de quinta-feira contou com pouca participação de sócios. A reunião autorizou a venda do prédio e estipulou um valor mínimo para tal comercialização: R$ 8 milhões.
Segundo o presidente da entidade, Roberto Silveira Bandeira, ele, Dóris Vaz e Rodolfo Belmonte Móglia integram a comissão de transição, dissolução e venda do clube. Bandeira salienta que, na próxima semana, será realizada a primeira reunião da comissão, juntamente com representantes de imobiliárias, para definir detalhes da venda. “Não temos pressa, o processo será conduzido com tranquilidade, visto que o clube não tem pendências judiciais”, comenta. O encontro também decidiu pela realização de leilões para a venda de alguns bens internos do clube, como quadros.
O presidente ressalta que o valor das dívidas do clube não chega a 20% do valor estipulado para a venda e pretende, com a dissolução, deixar um legado importante para a área de saúde. “Vamos estudar a destinação dos recursos”, adianta. Bandeira informa que algumas imobiliárias de Bagé, e até de outros estados, já entraram em contato demonstrando interesse em adquirir o patrimônio, que é histórico.
O encerramento das atividades do clube, e posterior venda do complexo, foi apontada como saída, pela atual diretoria, para vencer todas as pendências financeiras que a entidade acumula, principalmente de impostos. O presidente lembrou que a dissolução e venda do patrimônio está prevista no estatuto social do clube.
O Clube Comercial foi erguido entre entre 1934 e 1937, com projeto de Carlos Moreira. As dívidas atuais somam mais de R$ 1,5 milhão. Os gastos mensais, somando as despesas do clube e valores de parcelamento de pendências, giram em torno de R$ 48 mil. “A entidade conta com sete funcionários, mas os salários estão em dia”, lembra.
Conforme Bandeira, a fachada do clube integra a área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae), mas ele afirma que os fundos, com acesso pela avenida Marechal Floriano, pode ser modificado. Mesmo com a venda do complexo, todos os eventos agendados até o final deste ano serão mantidos