ELLAS

Ellas fazem com amor

Ellas fazem com amor

por Rosane Coutinho

Jornalista e fotógrafa

 

 

Uma vida de histórias

Predestinada desde o ventre da sua mãe, Jussara Borba Camargo nasceu, cresceu e construiu sua história dentro das leis de Allan Kardec. No íntimo, sabia que era diferente. Atuou na forma de ajudar os irmãos de fé, nesses 75 anos de vida, lado a lado com o espiritismo.

Pedagoga e pós-graduada em psicopedagogia, têm orgulho de dizer que foi professora dos 19 aos 43 anos, quando, precocemente, se aposentou. Então, resolveu abrir uma farmácia em sociedade e foi exatamente, nesta época, que percebeu os primeiros sinais da psicografia agindo. “Foram muitas folhas de embrulhar que passei a rabiscar. O texto vinha por partes, lembro que uma vez cheguei a 100 escritos”, recorda.

 Conhecida, atualmente, pelo pseudônimo Sarah Kilimanjaro, ela conta que as sensações das primeiras psicografias são inesquecíveis. “Jamais podem ser comparadas, são únicas devido à intensidade e satisfação proporcionadas”, reflete. A bajeense filha da Sociedade Espírita Vicente de Paulo, local este que sua mãe era frequentadora, teve o compromisso e comprometimento de ser presidente da casa. Sarah também foi vice-presidente do órgão ligado à Federação do RGS, União Municipal Espírita, UME.

A médium e escritora conta que Amor entre Guerras, obra lançada recentemente, é o quinto livro pela Petit Editora, mesma do famoso livro espírita “Violetas na Janela”, de Vera Lúcia M. de Carvalho. Esse lançamento de Kilimanjaro foi ditado pelos espíritos benfeitores Vinícius e Vittore Bergamasco. O que poucas pessoas sabem é que Kilimanjaro já teve a sua própria editora, mas a dificuldade de manter a impediu que continuasse o seu empreendimento. Ao total são 25 livros entre romances, autoajuda, crescimento pessoal e reflexões sob a ótica espírita. “Eu não tenho interesse em ganhar, eu quero é que as pessoas leiam. Tenho loucura, sonhos que as pessoas leiam, porque tenho certeza que irão gostar”, exterioriza.

 

Humildade

Sarah se considera uma escolhida e atende a esse chamado. Hoje, ela fala claramente que é uma ferramenta neste processo de elaboração de um romance. “Os espíritos benfeitores trabalham ao meu lado durante as noites. As percepções que recebo são imagens panorâmicas de lugares que nunca estive, nunca vi”, explica. Durante toda a conversa com a escritora, ela reforça a reflexão da forma que ocorre o seu trabalho, pois sozinha não conseguiria. Conta, também, que as histórias são ditadas todas por partes aleatórias, e que cabe a ela a missão de montar os quebra-cabeças.

A bajeense tem conhecimento das dificuldades que há no universo dos escritores, mas nem por isso deixa de fazer e ir atrás do seu sonho que é ver o livro terminado e pronto para as vendas. E quando questionada por que mantém vivo este ciclo, a resposta é apenas uma: PAIXÃO!