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Opinião

Ruth de Souza: a grande dama brasileira da arte de representar

Publicada em 03/08/2019

Por César Jacinto

Fazer arte no Brasil nunca foi algo tranquilo, um país que se constituiu negando a contribuição cultural dos povos indígenas e africanos, preferiu pautar sua estética numa postura eurocêntrica sorvendo num primeiro momento os ares perfumados franceses da “belle époque”, que influenciou o arcabouço cultural tupiniquim, que posteriormente o pós-guerra de 1945 através do cinema proporcionou uma avassaladora invasão cultural Ianque cravando definitivamente a bandeira do Tio Sam em território brasileiro.
Ruth Pinto de Souza com seu talento pode-se dizer que desafiou todas as modas, em tempos mais difíceis e se tornou um ícone de resistência e perseverança. Nasceu em 12 de maio de 1921, no Rio de Janeiro. Com apenas nove anos, mudou-se com a família para o interior de Minas Gerais, retornado com a mãe para Rio de janeiro após falecimento do pai. Desde menina, demonstrou interesse pelo teatro. Ao assistir um espetáculo no teatro municipal toma conhecimento de um grupo chamado Teatro Experimental do Negro. Oportunidade que almejava para iniciar a carreira de atriz.
A estreia ocorre em 1945, no teatro municipal do Rio de Janeiro, que, pela primeira vez, recebe uma peça produzida e encenada por negros, uma produção do americano Eugene O`neill denominada: O imperador Jones, em 8 de maio de 1945, alcançando um sucesso de público e crítica. Em seguida, recebeu uma bolsa da Fundação Rockefeller indo estudar teatro nos Estados Unidos da América por um ano na Universidade de Harvard em Whashington e na Academia Nacional do Teatro em Nova Iorque.
No cinema, também fez uma exuberante carreira trabalhando nas grandes companhias brasileiras como Atlântida e Vera Cruz com enorme sucesso em suas interpretações. Em 1954, pelo seu desempenho no filme Sinhá Moça, se torna a primeira atriz brasileira indicada para um prêmio internacional de relevância, o Leão de Ouro do Festival de Veneza na Itália. Por apenas dois pontos perdeu o prêmio.
Na televisão, Ruth construiu também uma carreira sólida com inúmeras participações de sucesso desde os tempos das extintas Tupi e Record (antiga). Em 1969, recebe a incumbência histórica de ser a primeira protagonista negra da teledramaturgia brasileira com a novela A Cabana do Pai Tomás, que foi questionada por colocar um protagonista branco, Sérgio Cardoso, tendo o rosto maquiado de preto para interpretar junto a Ruth o par romântico.
Ruth de Souza partiu no dia 28 de julho, aos 98 anos de idade para compor seus personagens em um território encantado, para quem fica, o consolo de uma grande mulher, uma atriz negra de excelência, que marcou seu nome na história da arte brasileira com reconhecimento internacional, rompeu barreiras como o racismo, que teve que se curvar perante o seu talento e seu carisma, que a consagraram como uma grande dama do teatro, do cinema e da televisão nacional.  Obrigado rainha Ruth!
Fonte: Brasil Memória da artes- Funarte

Professor, pesquisador da História e Cultura Afro-brasileira

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