Campo e Negócios
Câmara do arroz busca solução para distorções tributárias entre Estados
A 55ª reunião Ordinária da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva do Arroz ocorreu na manhã desta terça-feira, no Auditório do Parque de Exposições Assis Brasil, na Expointer. O encontro contou com a participação de representantes de entidades produtoras de quatro Estados brasileiros, além da Associação Brasileira da Indústria do Arroz.
As principais demandas são a reforma tributária para o setor e a falta de competitividade. "É inadmissível que continue a concorrência entre os Estados provocada pelas distorções tributárias", afirmou o Presidente da Câmara Setorial do Rio Grande do Sul, Daire Coutinho.
Durante a reunião, o presidente da Federarroz, Alexandre Velho, apresentou um panorama do setor no RS, que produz 70% de todo o arroz consumido no país. No Rio Grande do Sul, são 140 municípios gaúchos com a economia dependente da produção, com geração de 20 mil empregos diretos. É um emprego para cada 50 hectares plantados. No cultivo da soja, por exemplo, a relação é de um emprego para cada 200 hectares.
O panorama mostrou ainda os principais problemas dos produtores, como a baixa rentabilidade e o elevado custo de arrendamento. Na safra 2004/2005, a área plantada era de 9.032 hectares; em 2017/2018, a área caiu para 5.829 hectares. Além da redução das áreas, caiu o número de unidades produtivas e da produtividade. Segundo Velho, os orizicultores tentam solucionar os problemas de gestão com práticas classificadas como "da porteira pra dentro" da propriedade. "Mas precisamos da ajuda do governo nas questões 'da porteira pra fora' ", explicou.
Entre as soluções apontadas estão a redução de custos, um seguro mais eficiente, a busca de novos mercados para exportação, defesa comercial e incentivo ao consumo de produtos derivados do arroz. "Precisamos de ajuda na pauta tributária. A segurança alimentar do Brasil depende da produção de arroz do Rio Grande do Sul, e só podemos manter a produtividade se o Governo Federal viabilizar a produção. Não podemos depender do arroz da Ásia", disse o presidente da Federarroz.
Renato Rocha, que participou da reunião como representante do secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, reafirmou a posição do governo, que condiciona um eventual aceno positivo ao setor ao andamento das privatizações e à evolução das medidas estruturantes da máquina pública. Essa foi a 55ª reunião ordinária da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz.