Cidade
Bajeenses lotam HU para cadastro de doadores de medula óssea
por Melissa Louçan
Os bajeenses lotaram o saguão do Hospital Universitário da Urcamp, na manhã de sexta-feira, e garantiram o preenchimento dos 100 cadastros de doadores de medula óssea disponibilizados pelo Hemocentro de Pelotas (HemoPel), organizador do ato. A ação teve início às 9h. Quando as portas abriram, já havia fila de pessoas aguardando atendimento.
Após preenchimento de uma ficha, os cadastrados passaram pela coleta de quatro ml de sangue para testes de tipificação de HLA - exame realizado para se determinar a identificação da variante de cada subtipo do antígeno leucocitário humano. Assistente social do HemoPel, Adriana Mello avaliou positivamente a movimentação dos bajeenses, que viabilizaram os 100 cadastros previstos. "A população de Bagé compareceu em massa. Foi muito gratificante", destaca.
Como os dados são colhidos de forma manual em ações externas de cadastramento, são repassados para o sistema quando retornam à sede do HemoPel, em Pelotas. Em breve, carteirinhas de doação devem ser impressas e encaminhadas para o Hospital Universitário para retirada dos novos doadores cadastrados.
Iruama Barros foi uma das bajeenses que atendeu ao chamado. Ela conta que chegou ao local pouco antes das 10h e garantiu a ficha de número 98. Enquanto aguardava sua chamada para a coleta, a jovem de 24 anos contou que soube da ação por meio das redes sociais e compartilhou o post, para que chegasse ao maior número de pessoas possível. Ela recorda que nunca conseguiu doar sangue por não atingir o peso mínimo. Agora que alcançou os 50 quilos, resolveu colocar seu nome à disposição para doação de medula óssea e adianta que pretende, também, doar sangue assim que for possível.
Iruama conta que foi motivada ao cadastro devido ao conhecimento de diversos casos de leucemia, casos de pessoas que aguardam medula compatível e que chegam até ela através das redes sociais. "Diariamente, a gente vê pessoas pedindo ajuda. É um ato tão pequeno para o doador e que pode salvar a vida de alguém", destaca.
Funcionária do HU, Luciane Azambuja aproveitou um intervalo entre os afazeres e fez seu cadastro como doadora. Doadora de sangue, aos 39 anos ela resolveu auxiliar, também, dessa outra forma. "É o mínimo que um ser humano pode fazer para ajudar outro", destaca.
Todos pela Gigi: uma campanha contra a leucemia
por Gabriel de Bem
Acadêmico de Jornalismo da Urcamp
Enquanto centenas de bajeenses aguardavam o cadastro como doadores de medula, a menina Giovana Ferreira Souza busca auxílio para garantir o tratamento do quadro de leucemia que enfrenta. Apesar de já ter conseguido um doador compatível, aguarda ajuda financeira para cobrir os gastos relativos aos cuidados necessários.
Na manhã de ontem, familiares da menina de sete anos realizaram o segundo pedágio beneficente no semáforo em frente à Câmara de Vereadores para arrecadar fundos destinados ao tratamento de leucemia. Desde janeiro, Giovana está no Hospital Universitário de Santa Maria aguardando o transplante de medula, enquanto realiza uma série de exames. A menina está residindo em Santa Maria com a mãe, Gleci Nara Ferreira Souza, e o irmão mais velho, de 15 anos.
Leucemia é um câncer que ocorre na formação das células sanguíneas, dificultando a capacidade do organismo de combater infecções. Alguns sintomas são febre, fraqueza e perda de peso sem esforço. A leucemia atinge cerca de 150 mil pessoas por ano no Brasil. O diagnóstico de Giovana constatou o tipo mieloide aguda. Esse tipo de câncer atinge as células do sangue e a medula óssea, região em que as células do sangue são produzidas. As células mieloides se desenvolvem de forma anormal, formando células malignas que não cumprem sua função de defesa do organismo e se acumulam na medula óssea, atrapalhando a produção das outras células sanguíneas.
Segundo a mãe de Giovana, o doador de medula é o meio irmão da menina, Sérgio Luiz Rochel Júnior, de 25 anos. "Aqui, no hospital, têm pessoas que estão esperando o transplante há anos, é bem complicado. Ainda não temos previsão de quando vai acontecer o transplante, mas acreditamos na ciência", afirma Gleci.
O primeiro pedágio beneficente ocorreu dia 28 de julho, quando arrecadaram R$ 926,00. Além do pedágio, uma rifa será sorteada neste sábado (14), pela loteria federal, cujo prêmio é um jogo de lençóis e uma manta. No dia 6 de outubro, será realizado um bingo solidário no CTG Campo Aberto. A cartela custará R$ 3 ou duas por R$ 5.
A família também recebe doações em casa, na rua Setecentos e Sessenta e Sete, nº 280, bairro Arvorezinha. Mais informações pelo telefone (53) 9 99734373.