Campo e Negócios
Estudo avalia potencial de crescimento da soja no País
Publicada em 14/09/2019
Os próximos anos devem apresentar um cenário favorável para a soja no Brasil. Na próxima safra, de 2019/20, o País pode se consolidar como o principal exportador e produtor da oleaginosa no mundo, ultrapassando os Estados Unidos. Mas essa situação pode melhorar ainda mais para o sojicultor. Segundo dados coletados em um período de cinco anos pela Rede de Pesquisa do Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), existe uma oportunidade tangível de ganho produtivo nos principais Estados produtores de soja. Isso porque nas áreas utilizadas nesse estudo, que estão espalhadas em nove estados brasileiros, a média de produtividade foi 30,1% maior do que a registrada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
A Rede de Pesquisa do Cesb foi criada em 2014 e é composta por 18 instituições, entre elas fundações, universidades, consultores e centros de pesquisa, que avaliam hipóteses de como ganhar em produtividade, com práticas aliadas à sustentabilidade e rentabilidade, que são as principais premissas do Comitê. O objetivo da rede é identificar os fatores produtivos que estão associados com o aumento da produtividade da soja no Brasil.
Dentro de um período de cinco anos, os pesquisadores constataram que algumas práticas levaram os ambientes de produção a responder de forma positiva no quesito de aumento de produtividade de soja por unidade de área, fato comprovado pelos patamares médios de produtividade identificados serem maiores do que obtidos pela Conab. Os estudos aconteceram nos Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Bahia, São Paulo e Minas Gerais, que são os principais produtores da oleaginosa no Brasil.
Dentro dos estudos do Cesb, associados com as constatações feitas durante o Desafio de Máxima Produtividade de Soja promovido pela instituição, foram identificados os fatores que ajudaram a elevar a produtividade acima da média da Companhia Nacional de Abastecimento. Entre eles está a questão do plantio. Os estudos e observações do Cesb demonstram que associando semente de qualidade (vigor maior que 85%), velocidade de plantio entre cinco a seis km/h e distribuição pneumática das sementes, a média produtiva de soja chega a ser de 6¢ a 8% maior.
A forma de distribuição dos fertilizantes também influencia no sucesso da lavoura. Se ela for realizada utilizando disco duplo e botinha, a média de produtividade, na maioria das vezes, é superior e chega a valores de até 7% maior do que a distribuição a lanço. "Nesse contexto, cabe ressaltar que os mesmos estudos apontaram uma correlação positiva entre profundidade de fertilizante aplicado e produtividade", destaca o coordenador técnico e de pesquisa do Cesb, João Pascoalino.
Pascoalino afirma que esses resultados demonstram tendências que servem como um indicativo de como a cultura de soja pode responder às condições específicas de manejo impostas. Segundo ele, a partir desses resultados, uma nova era de agricultura vai se delineando, surgindo várias modalidades de agricultura: de posicionamento estratégico de material genético, de formação de raiz em profundidade, de estômatos abertos, de antiestresse etc. "Embora possam ser modalidades de agricultura distintas, elas se mostram conectadas entre si com um objetivo comum: o aumento da produtividade com sustentabilidade e rentabilidade", complementa.
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