Minuano Saúde
O que é sarampo?
Sarampo e? uma doenc?a viral aguda similar a uma infecc?a?o do trato respirato?rio superior. E? grave, principalmente em crianc?as menores de cinco anos, desnutridas e imunodeprimidaos. A transmissa?o do vi?rus ocorre a partir de goti?culas de pessoas doentes ao espirrar, tossir, falar ou respirar pro?ximo de pessoas sem imunidade contra o vi?rus.
Nesta edição, a médica pediatra Priscila Vargas irá explicar o que é a doença, quais são os sintomas e como prevenir.
Sintomas e prevenção
Os principais sintomas do sarampo são:
* febre acompanhada de tosse;
* irritação nos olhos;
* nariz escorrendo ou entupido;
* mal-estar intenso;
A médica explica que em torno de três a cinco dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.
“A transmissão pode ocorrer entre quatro dias antes e quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo”, explica.
Tratamento
"Não existe tratamento específico para o sarampo", ressalta a pediatra. “Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença”, complementa.
Como prevenir?
O sarampo é uma doença prevenível por vacinação, alerta a profissional. Os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta: características clínicas da doença, idade, ter adoecido por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos.
Quem deve se vacinar
* Dose zero: devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de seis meses a menores de um ano devem ser vacinadas (dose extra).
* Primeira dose: crianças que completarem 12 meses (um ano).
* Segunda dose: aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.
Adulto deve se vacinar?
Tomou apenas uma dose até os 29 anos de idade: “Se você tem entre um e 29 anos e recebeu apenas uma dose, recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina;
Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente”, acrescentou.
Não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão ou não se lembra?
De um a 29 anos - São necessárias duas doses;
De 30 a 49 anos - Apenas uma dose.
Grávidas podem ser vacinadas?
Priscila conta que a vacina é contraindicada durante a gestação, pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. “A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações”, explica.
O recomendado pelo Ministério da Saúde é que a mulher que faça planos de engravidar tome todas as doses da vacina antes, podendo esta ser a tríplice ou a tetra viral, e mantenha toda a rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação atualizada, para se proteger e proteger o bebê.
Quais são as vacinas que protegem?
A profilaxia (prevenção) do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.
Os tipos são:
Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto;
Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola;
Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
Preocupação com a onda de contaminação
No peri?odo de 09/06 a 31/08/19, um total de 2.753 casos foram confirmados laboratorialmente em 13 Unidades da Federac?a?o com transmissa?o ativa. Destes, 98,3% (2.708) esta?o concentrados em municípios do estado de Sa?o Paulo, principalmente na regia?o metropolitana. Apenas 1,7% dos casos teve registro nas demais 12 Unidades da Federac?a?o.
Foram confirmados quatro o?bitos por sarampo no Brasil, tre?s no estado de Sa?o Paulo e um no estado de Pernambuco. Tre?s o?bitos ocorreram em menores de um ano de idade e um em um indivi?duo de 42 anos. Apenas um dos casos era do sexo feminino e nenhum era vacinado contra a doença.
Para a interrupc?a?o da transmissa?o do vi?rus do sarampo, reduc?a?o das internac?o?es e o?bitos no Pai?s a vacinac?a?o deve ser priorizada e adotada na seguinte ordem:
1. Instituir dose zero para crianc?as de seis meses a 11 meses e 29 dias;
2. Vacinar com a primeira dose aos 12 meses de idade, de acordo com o Calenda?rio Nacional de Vacinac?a?o;
3. Vacinar com a segunda dose aos 15 meses de idade, de acordo com o Calenda?rio Nacional de Vacinac?a?o;
4. Vacinar menores de quatro anos, 11 meses e 29 dias na?o vacinados ou com o calenda?rio vacinal incompleto;
5. Vacinar trabalhadores da sau?de de qualquer idade que atuam no atendimento direto de pacientes com suspeita de infecc?o?es respirato?rias;
6. Vacinar indivi?duos de seis a 29 anos na?o vacinados;
7. Vacinar indivi?duos de seis a 29 anos com esquema vacinal incompleto;
8. Vacinar indivi?duos de 30 a 49 anos na?o vacinados;
Importante
Para as crianc?as que receberem a dose zero da vacina entre seis meses a 11 meses e 29 dias, esta na?o sera? considerada va?lida para fins do Calenda?rio Nacional de Vacinac?a?o, devendo ser agendada a partir dos 12 meses com a vacina tri?plice viral e aos 15 meses com a vacina tetraviral ou tri?plice viral mais varicela, respeitando-se o intervalo de 30 dias entre as doses.
Os profissionais de sau?de devem avaliar a caderneta de vacinac?a?o do indivi?duo e recomendar a vacinac?a?o quando necessa?ria. O indivi?duo que apresentar esquema vacinal completo, de acordo com a faixa eta?ria, na?o deve ser revacinado.
Os trabalhadores da sau?de devem ter comprovac?a?o de duas doses da vacina com o componente sarampo, independentemente da faixa eta?ria.
“As vacinas contendo o componente sarampo sa?o seguras, mas apresentam contraindicac?o?es que devem ser respeitadas mesmo em situac?o?es de surto de sarampo. Assim, na?o devem receber vacinas contendo o componente sarampo as gestantes, crianc?as menores de seis meses de idade e imunodeprimidos”, conclui a médica pediatra Priscila Vargas.