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Poesia e poetas na praça em Homenagem à RAFAELA RIBAS

Publicada em 27/09/2019
Poesia e poetas na praça em Homenagem à RAFAELA RIBAS | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

No dia 21 de setembro, quando o calendário marcou o Dia da Árvore e no dia 23 setembro, que sinalizou a chegada da primavera, os Bufões da Rainha retornaram à praça para a instalação do projeto de incentivo à leitura UM POEMA EM CADA ÁRVORE.
Nos arredores da Praça Silveira Martins, tendo como suporte as árvores que compõem o ambiente natural, foi montado o roteiro literário com 15 poemas inéditos, de criação poética da Oficina dos Poetas do Cultura Sul, em edição especial em homenagem e memória à professora e poeta Rafaela Gonçalves Ribas.
                         
Propósito
O evento de mobilização nacional, que acontece anualmente, objetiva o incentivo à leitura, o acesso da população a esse estilo literário, à divulgação do trabalho de poetas locais e contribuição na elevação do índice de leitura em nosso País.
UM POEMA EM CADA ÁRVORE é a articulação local é da Cia de Comédias Bufões da Rainha, em sua 16ª temporada, com  participação da Oficina da Oficina dos Poetas do Cultura Sul, com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Participaram desta 22ª edição os poetas integrantes da Oficina dos Poetas do Cultura Sul Bagé: Ada Guimarães, Euclides Ferreira, Gládis Deble, Elvira Nascimento, Maria Conceição dos Santos, Maristela Nova, Norma Vasconcellos, Sheila Corrêa, Sarita Barros e Sônia Alcalde.
          
“Bagé em sua História”
* Ada Maria Machado Guimarães                                                         
 
O bajeense, renascendo em seus
 Duzentos anos de História,
Sob bênçãos de São Sebastião,
 Costura os rubros grãos de sangue
à branca harpa da paz.
 
 
 
 
 
Poema de Fevereiro
*GLADIS DEBLE  
Por que me deste, Senhor,
Fevereiro para nascer, ambíguo mês
De peixes e incertezas?
Por que me alcançaste a duplicidade
Da busca e a dolorosa dúvida da escolha?
Por que sufocaste de ansiedade
A minha alma, se não me socorreste
Com o milagre de satisfazê-la?
Ah! Essa cálida luz de fevereiro e o
Desejo irreprimível de fruir o campo,
No canto verde do pasto. E o arroio, em
Seus azulados braços, e nele
Afogar os meus anseios?Como controlar
As plantas invasoras da minha alma?
Como sufocar o dilúvio das minhas
Aflições? Pudesse fevereiro ter apenas
Um peixe. Um só, guardado no
armário dos meus avessos. Mas dois,
dois são demais. Perdão, Senhor!
Abranda, meu Deus, com tua misericórdia,
Os conflitos piscianos do meu coração
Para que eu possa (não sei, se final ou inutilmente), apascentar o rebanho,
Nem sempre dócil,
Da minha alma inquieta.                                                                               
 RAFAELA RIBAS
O clã do Cultura Sul faz folhetim, faz novela
Cruza a Praça da Bandeira, tece e destece poema a mais uma primavera
Gira a roda do destino para saudar Rafaela.
                                    
 
 
Caminhos
* Kydo Ferreira 
Mesmo que a “chuva caia soberbamente
Toda em cascata derramada”
No desdobramento de um salto
Amplo e claro, tu prossegues.
E que o sol e a lua se alternem
no circulo imenso do céu.
E que o espelho dos dias se fechem
e as glicínias do campo se calem.
E que a geada cubra, com seu manto
de cal, o pampa, imenso, deslumbrando
esplendor do novo crepúsculo.
E que a ventania, com suas folhas de palavra
e poder, acordem a cristalina alma da aldeia.
E que a rosa e o rouxinol sol e trem a cartilha
do ser e do não ser.
 
 
E que a frágil neblina, na sinfonia dos dias,
lave o denso rosto das manhãs.
E que a estrela, posta nos ombros do mundo,
anuncie novos emblemas no vão
desejo do homem.
 
 
 
 
RAFAELA, quem disse
que a vida é só de passagem.
Depois do adeus,
viramos paisagem.
 
Luiz Coronel
 
 
DE TERRA E VERSOS
* Elvira de Macedo  Nascimento  -  Mercinha
... ah o rosto  amoroso do arroio
    como serpente travessa, lambendo
    o pólen diáfano da terra
    ... que gosto me dá ver a catedral de São Sebastião                               
    (com seus figos de pedra, na imagem do Wayne)                                        
    modelados por vento
    amplo, obediente ao tempo e ao
    céu, na cumplicidade do
    cálice  verde da paisagem
 
"Minhas raízes estão costuradas
Nos dedos dos cerros que
batizam a lenda da aldeia.
.......................................
No rosto do vento que sinaliza
A porosa fronte da alma,
repousam minhas raízes.
Elas estão nos olhos dos
Anos que fermentam a sintaxe da vida,
o sol e o sal da manhã.
Minhas raízes se escondem(...)"
 
Minhas raízes estão costuradas
Nos dedos dos cerros que
batizam a lenda da aldeia.
.......................................
No rosto do vento que sinaliza
A porosa fronte da alma,
repousam minhas raízes.
Elas estão nos olhos dos
Anos que fermentam a sintaxe da vida,
o sol e o sal da manhã.
Minhas raízes se escondem(...).
* Norma Vasconcellos                                                                                                 .
 
  SER ÁRVORE
*Elvira de Macedo Nascimento                                               
 
Dentro de nós moram raízes, moram troncos e ramos
moram as árvores de amor
fora de nós
moram  as árvores divinas
 hoje  com nome
linhagem e
lugar
Ser árvore é alinhavar solo e céu
fora e dentro do coração
é  transmutar,  purificar  a natureza e
o mundo
o mesmo que dizer:
me dá um copo de  ar limpo
e  uma consciência nova
para cada amanhecer
Ah!... e um jeito silencioso de florir
Pode ser  ?
 
 
         
A casa de Maria
*Maria Conceição Rosa dos Santos 
Meus olhos ficaram parado,
fixos nas paredes dessa casa
com janelas espiando a rua estreita
feita de pedras seculares.
Demorei um pouco antes de
entrar pela porta silenciosa
Era a mesma de sempre. Antiga.
Em seu rosto de séculos.
Quantos passos já transpuseram
o portal dessa entrada lavrada na memória(...)
(...)Não posso registrar em palavras
o que está gravado no caminho distante.
Mas ali estão presentes
todos os olhos, os passos
as sombras, os desejos, as alucinações
dos que já se foram.
Maria Conceição resguarda a
Memória dos ancestrais com todos os risos,
Todos os abraços,
na voz do amor que não morre.
Os poetas calados estavam ali
Ao lado de Maria na sala que
Sobrevive à pátina do tempo.
 
 
Raízes
* Maristela Lemos                                                                               
 
Estão nos lilases e açucenas,
Narcisos e figos das asas
Das horas que
Perpetuam a sina do homem
Deste chão
Também nas têmporas ocre
Da saudade, emblema dos
Adeuses se enlaçam minhas
Raízes. 
 
 
DE ÁRVORES E ÁRVORES
                                                          Rafaela Gonçalves Ribas
 
 
Árvores são almas verdes
que nos contemplam
piedosas e floridas.
Árvores são seres de seda,
na rútila urdidura,
com alicerces abotoados
no prumo incerto do chão.
Conversam com o vento.
Conversam com os pássaros
Conversam com o mundo.
Ora semeiam. Ora pranteiam.
Ora são braços. Ora harpas. Ora são lanças.
Ora ferem. Ora suplicam.
Em seus longos dedos
verdes,  ramos abertos,
abraçam rouxinóis e pardais  no mesmo abraço.
Em seu límpido compasso.
Em sua face fugaz.  Em seu esplendor e cansaço –
Emblema verde do mundo – não lhes pertence a razão,
 e a fome ronda seus passos.
Filhas da terra, vivem no ar, em seu trapézio de flor.
Impotentes e lindas,
algemadas ao chão,
entre água e solidão,
me enternecem. Me alimentam com o pólen da floração.
Árvores são almas verdes...
 
 
Casa e Verso[i] (fragmentos)
 
Ah, a sintaxe afetiva dos casarões
de Bagé, com seus castos baús
de lençóis e sonhos.
o rendado generoso de seus beirais,
onde esvoaçam almas e pombos,
No unânime apelo de sóis e adeuses.
O rosto mudo do arroio com
seu curso de águas exangues, lambendo
o dorso claro do pólen da terra.
A ordenação da memória da
casa materna na liturgia de
castiçais, oratórios, santos de devoção.
Melancólicos segredos guardados em
platibandas e bandos amarrados nos
braços do tempo.
........
 
E o rosto sem palavras
da cidade, livre e absoluto,
isento de tudo, obediente apenas
ao tempo e ao céu, na cumplicidade
do hálito do cálice verde do pasto.
Särita Bárros 


                            CANTO DOS GIRASSÓIS   (fragmento)

* Sônia Alcalde                                                                                         Protege, Senhor, a abóbada
clara sulina da nossa terra
inscrita secularmente no
lábio líquido da história.
Ouve o suspiro vítreo dos
nossos velhos casarões expostos
à surdez do tempo.
...
Escuta o gemido gris
das papoulas maduras
nascidas no ventre cinza
da Panela do Candal.
Assiste o hálito pálido
do orvalho, lambendo, agônico,
o desfolhado rosto dos girassóis..

 

 

*Sônia Alcalde                                                                                        
Protege, Senhor, a abóbada
clara sulina da nossa terra
inscrita secularmente no
lábio líquido da história.
Ouve o suspiro vítreo dos
nossos velhos casarões expostos
à surdez do tempo.
...
Escuta o gemido gris
das papoulas maduras
nascidas no ventre cinza
da Panela do Candal.
Assiste o hálito pálido
do orvalho, lambendo, agônico,
o desfolhado rosto dos girassóis..

 

 

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