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RECUAR também é AVANÇAR

Publicada em 04/10/2019
RECUAR também é AVANÇAR | ELLAS | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

por Aline Fontoura de Leon

Escritora 

 

Ao assistir a um programa na televisão, fui surpreendida por uma jovem jogadora de vôlei, da seleção brasileira, informando que tinha pedido licença de seu ofício em razão de não conseguir controle sobre a síndrome do pânico, que, há algum tempo, a assombrava. Comentava que a pressão para atingir as metas, nesse meio do esporte, é muito grande, o que potencializava o seu problema. Na verdade, não sei o que me fez parar para pensar: se foi a sua coragem ao deixar a seleção ou a doença propriamente dita. Talvez as duas coisas.

Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade e depressão e me arrisco a dizer que isso, além do contexto histórico e particular no qual estamos inseridos, está diretamente relacionado ao estilo de vida de cada um.  Assumimos muito mais do que é necessário e isso se deve a vários fatores, de pessoais a socioculturais. Hoje, a sociedade exige que as pessoas estejam ativas, lindas e poderosas, como se fosse possível atingir a totalidade de tais proposições. Sinceramente, não sei exatamente em que momento essa probabilidade foi aceita como verdadeira. O que sei é que tal exigência, ao invés de proporcionar conquistas, produz uma grande tensão.

Não somos seres perfeitos e estamos expostos a todo tipo de fracassos e frustrações. Imaginar que o “sucesso”, tal qual nos é proposto, é algo a ser perseguido, acima de qualquer coisa, é, de fato, um total engano, uma distorção da realidade. Ter a consciência do perigo e colocar limites, isso sim é uma grande vitória. Assim o fez a jogadora. Saiu da seleção brasileira, ainda que estar lá seja algo almejado por todos os esportistas do vôlei. Não teve vergonha de assumir a sua limitação naquele momento. Foi forte! E força tem muito mais a ver com nossa capacidade de distinguir aquilo que realmente nos possibilita uma vida saudável do que propriamente com a busca desmedida por padrões inalcançáveis. Portanto, é importante perceber aquilo que realmente nos define e traz significado ao nosso viver.

Essa maturidade não é fácil de atingir: somos incentivados a sermos, produtivos, termos o corpo esbelto, conta corrente cheia e a alcançarmos os mais altos cargos, como se assim pudéssemos atingir a plenitude da vida. E é exatamente o contrário! Pessoas pretensamente vencedoras sentindo-se tristes, melancólicas e exaustas. Assumimos papéis que, muitas vezes, não nos representam, mas o fazemos sem pensar, como se a demanda externa nos deixasse cegos. Enquanto, assim agirmos, o pânico será grande e a síndrome só irá aumentar. Adoecer é a pior escolha (ainda que inconsciente) que podemos fazer.

Em contrapartida, aliviar a carga, assumir menos para ser mais e dizer “não” quando aquilo que nos é oferecido não satisfaz pode ser libertador, e tudo que liberta desata as angústias, os nós apertados na garganta, abre espaços mais verdadeiros e possibilita um encontro com a nossa autenticidade. Consequentemente, diminui a ansiedade de ter, de ser aquilo que não nos complementa, de não ter tempo para o essencial e de gastar o que não temos somente para aparentar o que não somos. Assim agindo, a escolha será por uma vida mais interessante que nos elevará a um patamar de qualidade.

Portanto, você que parou um tempinho para ler este texto, permita-se recuar se assim for necessário. Não tenha receio de mudar suas decisões, seja mais flexível consigo mesmo, descubra seus reais interesses, respire, tenha calma, perceba quando suas possibilidades precisam de um tempo, não viva escravo de um pretenso “sucesso” que cobra um preço muito alto de seus usuários. Ao contrário, seja autêntico na busca de padrões individuais, não se importe com a opinião alheia e entenda que avançar é, também, dar-se o direito de acolher suas vulnerabilidades.

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