Cidade
Pesquisa acompanha idosos, desde 2008, para mapeamento da saúde
Dentro da programação do Mês do Idoso, aconteceu, na quinta-feira, o seminário “Saúde do Idoso”, promovido pela Secretaria Municipal de Saúde, 7ª Coordenadoria Regional de Saúde e UFPel. Com o objetivo de levantar debate e apresentar troca de experiências sobre a saúde do idoso nos seis municípios de abrangência da 7ª CRS.
Durante a manhã e a tarde, profissionais da área da saúde de Bagé e Aceguá apresentaram as pesquisas aplicadas nos municípios e seus respectivos resultados. Uma das pesquisas apresentadas é conduzida por Elaine Thumé no projeto “Saúde do Idoso Gaúcho – SIGa”, parceria entre o departamento de Enfermagem e Medicina Social da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) com a Urcamp.
O projeto iniciou em 2008, quando 1.593 idosos, de Bagé, acima de 60 anos, de diferentes realidades econômicas, foram entrevistados. O número equivale a uma amostragem representativa da população idosa de Bagé.
Em 2016, a equipe de estudos retornou à cidade e localizou 732 idosos do grupo entrevistado anteriormente. A pesquisa se concentrou na situação de saúde dessas pessoas, levando em conta o ambiente social, aspectos nutricionais. “Buscamos todas as variáveis para ter ideia global tanto da saúde desses indivíduos quanto da sua relação com a sociedade”, explica Elaine.
Além disso, a equipe se debruçou sobre a causa do óbito de mais de 600 pessoas do grupo inicial para buscar dados que permitam indicar se questões sociais e estilo de vida propiciaram maior ou menor sobrevivência durante aquele período. “Fizemos opção de não repor a amostra e trabalhar apenas com os remanescentes da pesquisa iniciada em 2008”, explica.
O objetivo da pesquisa, ela explica, é justamente acompanhar as pessoas e entregar os resultados para a os gestores municipais, para que se baseiem nesses dados para planejar ações em saúde para os idosos de Bagé e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida do grupo etário.
A partir dos resultados tabulados entre 2008 e 2016, Elaine destaca uma particularidade de Bagé. “O município, em termos de prevalência de hipertensão e diabetes, está na média do País. Mas uma coisa se destaca e faz a diferença: a rede de apoio social”, frisa. Um dos pontos positivos apontados por ela é o investimento em políticas públicas no segmento, como a criação do Centro do Idoso e a rede de atenção à saúde.