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Leilão de energia que pode viabilizar novas usinas a carvão na região acontece hoje
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza, nesta sexta-feira, a partir das 10h, em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o Leilão de Geração A-6 deste ano, que tem o objetivo de contratar energia proveniente de novos empreendimentos de geração de fontes hidrelétrica, eólica, solar fotovoltaica e termelétrica, com início do suprimento a partir de janeiro de 2025. No certame, concorrem projetos cuja implantação é projetada para Candiota e Pedras Altas, ambos municípios da região da Campanha.
Para o leilão, foram definidos quatro produtos. Na modalidade por quantidade, serão contratados os empreendimentos de fonte hidrelétrica (CGH, PCH e UHE) com prazo de suprimento de 30 anos e as usinas de fontes eólica e solar com prazo de suprimento de 20 anos. Na modalidade por disponibilidade para empreendimentos de geração de fonte termelétrica à biomassa, carvão mineral e gás natural, o prazo de suprimento é de 25 anos. Pela primeira vez, será vedada a participação de usinas que utilizem carvão importado. Também será a primeira licitação A-6 em que usinas solares serão contratadas.
O leilão será realizado na sede da CCEE, em São Paulo, por meio de sistema eletrônico. O andamento pode ser acompanhado em www.leilaopublico.ccee.org.br/A6, no link disponível no site oficial da instituição. Os preços iniciais do leilão A-6 de 2019 serão de R$ 285,00/MWh para empreendimentos de hidrelétricos, de R$ 189,00/MWh para usinas eólicas, de R$ 209,00/MWh para projetos solar fotovoltaicos e de R$ 292,00/MWh para termelétricas. O Custo Marginal de Referência do certame será, também, de R$ 292,00/MWh.
Ouro Negro
Quatro empreendimentos da região da Campanha foram cadastrados. Os projetos estão divididos em dois empreendimentos, sendo dois de Candiota, da Nova Seival, e dois de Pedras Altas, da Ouro Negro Energia. Essa segunda, aliás, há certo tempo articula mecanismos para sua concretização. O empreendimento prevê uma capacidade de geração de 600 megawatts (MW), em duas etapas de 300 MW cada.
Em recente entrevista concedida ao Jornal MINUANO, o diretor-presidente da empresa, Sílvio Marques Dias Neto, salientou que o valor publicado no edital da Aneel é o teto, ou seja, não significa que será esse o valor de venda. No entanto, ele avaliou o preço como 'bom'. "Vamos ver como vai ser a demanda”, enfatizou.
A iniciativa, aliás, tem mostrado sinais de concretização, independentemente do resultado do leilão. No final de setembro, depois de dois meses de negociação, Marques assinou um contrato de EPC (Engenharia Compras e Construção) com o presidente da Sepco1 Construções do Brasil, subsidiária da Powerchina Sepco1 Eletric Power Corporation Ltda, Chen Weindong, para a construção da usina termelétrica em Pedras Altas. O valor previsto para a obra é de 970 milhões de dólares.
Na oportunidade, conforme Marques, a empresa estava negociando a venda da energia no Mercado Livre, com empresas do setor de mineração e beneficiamento de minérios. O empresário enfatiza que, somente após a assinatura desses contratos, o que deve acontecer em dezembro, deverá iniciar a obra. “A previsão é começar a construção em março de 2020”, comentou à época.
Além disso, o diretor-presidente da Ouro ressaltou que o projeto da Usina conta com Licença Prévia, emitida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), e outorga dos recursos hídricos, concedida pela Agência Nacional de Águas (Ana).