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Comunidade da Colônia Nova festejará 70 anos da imigração
Um evento com música, gastronomia, atividades esportivas e religiosas está sendo preparado pela comunidade da Colônia Nova para comemorar a chegada dos primeiros imigrantes na região. Além da imigração, o evento celebra os 60 anos da criação da Cooperativa Agrícola Mista Aceguá Ltda (Camal) e 50 anos do Hospital da Colônia Nova. A comemoração será realizada no Clube Soremi, a partir das 10h deste domingo. Também será servido café colonial, a partir das 11h.
Conforme o presidente da Associação da Comunidade da Colônia Nova, que mantém o hospital, David Boschmann, a solenidade de abertura acontece pela manhã, com a participação de integrantes das três entidades e de alguns pioneiros. Além disso, segundo ele, durante o almoço, será apresentado um documentário contando as histórias das três homenageadas. Boschmann salienta que a programação inicia no sábado, às 20h, com uma noite cultural que será realizada no centro de eventos Menno Simons. No local, serão apresentadas duas peças teatrais em alemão. “Ainda temos cerca de 70 pessoas do grupo inicial de imigrantes”, comenta.
A história dos imigrantes na Colônia Nova iniciou em 1949. Porém, a imigração começou ainda em 1929, quando os antepassados saíram da Rússia. Em 1930, 1.245 pessoas vieram ao Brasil e ficaram 19 anos em Santa Catarina; também apareceram colonizadores da China, em busca de trabalho. Conforme a responsável pelo museu da imigração, Ingrid Hubert, foi um recomeço. Ela lembra que os colonizadores procuravam por terra preta, para plantar trigo, como faziam na Rússia e, através de um jornal, souberam que, em Bagé, se plantava trigo. “Uma comissão veio averiguar e gostou dessa região. Fizeram amizades com as famílias Liebelt e Hamm, de Hulha Negra”, disse.
Ingrid, que está auxiliando para a realização do documentário, informa que os integrantes da comissão arrendaram um campo em Seival (320ha) onde plantaram trigo e milho e, posteriormente, após olharem vários campos, compraram o campo de Plínio Augusto Silveira da Rosa (2.269 ha). Em 1949, adquiriram uma parte do campo (1.000 ha) e, em 1952, negociaram a outra parte. “Oitenta e sete famílias vieram para esse campo”, conta.
Segundo informa, apareceram, então, outros imigrantes, que adquiram mais áreas. O trigo tornou-se o elemento vital, mas, devido a frustrações das safras, 50% dessas famílias acabaram imigrando para outros estados ou países. “Os que ficaram tiveram que procurar nova atividade e acharam a saída na pecuária. Fundaram a Camal e conseguiram reconstruir sua economia”, relata.