ELLAS
Inspiração que gera inspiração
Coluna Ellas fazem com amor
por Rosane Coutinho
Jornalista e fotógrafa
Ela completou 30 anos frente a sala de aula. Foi indicada por uma das instituições de educação que atua para receber a Comenda Professor Eduardo Contreiras Rodrigues, no último dia 25. Lecionou em escolas como Colégio Franciscano Espírito Santo e Urcamp e há três décadas ininterruptamente na Fundação Bradesco.
Cerca de 20 anos atrás, fui sua aluna em História, Geografia, Matemática e Ciências na então denominada quarta série. Costumo ser rotulada como saudosista, mas não tem como não guardar com muito carinho os professores que nos queriam bem. Ser criança é ser volúvel, uma gangorra de sentimentos, onde, muitas vezes, a insegurança, o medo e a tristeza se fazem presentes são nesses momentos em que os professores se mostram pessoas superespeciais. Com Norma Lence Teixeira, não é nada diferente disto. Ela é marcante, única e está sempre junto para ensinar o que é apoio e amor. Então ainda entusiasmada pelo dia do professor que foi comemorado no último dia 15, apresento para vocês a minha e de muitos "Professora Norma".
Quando criança ela não almejava ser professora, mas acredita que como sua infância foi de uma base muito sadia, com muitos amigos e brincadeiras, pode ter influenciado na escolha, uma vez que proporcionou a ela esta tendência a atuar no campo de relacionamentos interpessoais. O que para ela, nos dias atuais é sua maior motivação. “A princípio, queria ser contadora, só que em um dos últimos dias de aula uma professora fez abordagens sobre as possibilidades de carreiras e quando falou sobre ser professora comecei a achar interessante e me vi sendo feliz nela”, lembra.
Conta que a mãe foi grande incentivadora assim como sua fonte de inspiração. “O magistério renova, inspira e permite que se desenvolva uma serie de habilidades. Se hoje tenho um certo desenvolvimento em oratória eu atribuo ao magistério, é claro, que depois com a experiência fui aprimorando um pouco mais”, salienta.
Quando reflete sobre as três décadas entende que a sua vida está sendo marcada por fazer algo que gosta. Que a professora de hoje tem mais tranquilidade e consciência da sua missão. Volta no tempo e se vê hoje no lugar das suas professoras que admirava no passado enquanto aluna. E com isso, se vê em situação similar, pois muitas vezes seu exemplo serve de referência para os seus aprendizes. Garante que devido a satisfação e amor que realiza e desenvolve esse perceptível dom de ensinar não percebeu a passagem desses anos. “Sou tão feliz e tenho tanto orgulho de ser chamada de professora, porque vejo esta profissão carregada de simbologias. Além disso, acho elegante e encantador”, exterioriza.
Uma Fênix que renasce a cada amanhecer
Confessa que apesar de se constatar o quanto a educação vem sofrendo, assim como a depreciação dos mestres, ela acredita que no íntimo de cada profissional da área do ensino, ainda acreditam ser um trabalho edificante. “O que nos move é o ideal, inúmeras vezes enfrentamos situações conflitantes, nem todos os dias acontecem como planejamos, e como essa profissão é planejar, organizar, conversar e ser exemplo, muitas vezes, nos confrontamos com a frustração. E mesmo assim, nos renovamos como uma Fênix, quando recebemos o sorriso de um aluno ou quando vemos um ex-aluno bem sucedido”, destaca. E para ela saber que um aluno está bem é quando se percebe que ele se tornou uma pessoa do bem. É dessa forma que a mãe de Thaís e Vítor Antônio segue todos os dias, pois tem a certeza que tudo vale a pena.
Quando o assunto é a família, a esposa do Antônio afirma que valoriza cada ajuda que recebe deles, assim como os incentivos e com isso tem a certeza de o quanto existe orgulho da profissional que ela se tornou, no núcleo familiar. Norma tem, ainda, formação em ciências sociais, direito com especialização em educação, mas é como professora que se realiza, porque este é o seu presente e desejo de futuro.
Tecnologia e Educação
Se tem uma certeza é a de que é proibido se acomodar nesta área da educação. A professora sempre busca estar antenada nas mudanças tecnológicas. “Essa é uma profissão que não nos envelhece, pois estamos sempre nos atualizando, seja no contato com os alunos, ou nas novas tecnologias, sempre com olhar no século adiante. E acho que isso me rejuvenesce, vou me revigorando e consequentemente crescendo profissionalmente”, conclui.