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Depressão: o Mal do século

Publicada em 04/11/2019
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CAPA

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão acomete mais de 300 milhões de pessoas em qualquer idade no mundo, entretanto, afeta mais mulheres do que homens. No Brasil, a depressão acomete 11,5 milhões de pessoas. Ainda de acordo com a OMS, o nosso País tem o maior número de casos de depressão da América Latina.

O Transtorno Depressivo Maior (TDM), mais conhecido como depressão, é um transtorno marcado pela presença de humor triste ou irritabilidade na maioria dos dias, sensação de vazio, somado a alterações cognitivas e somáticas, causando prejuízo e sofrimento biopsicossocial, demonstrando mudança no funcionando do indivíduo. Sendo assim, a gravidade pode ser dividida em leve, moderada ou grave.

Os sintomas que caracterizam o TDM são humor deprimido, perda de interesse e prazer nas atividades, aumento ou perda de peso, falta ou excesso de sono, lentidão ou agitação psicomotora, cansaço, culpa excessiva, dificuldade para pensar ou tomar decisões, prejuízo na concentração e pensamento de morte recorrente (DSM-5, 2014).

Os sintomas em adolescentes são muito parecidos com os adultos, diferenciam-se pela presença de outros sintomas como a queixa de irritabilidade – humor irritável -, explosões de raiva, isolamento, queda no rendimento escolar, baixa autoestima, dores gastrointestinais, ideação e tentativa de suicídio também estão presentes, bem como cefaleia, mudança grave de comportamento e uso abusivo de álcool e outras drogas. Nesta edição, a psicóloga Michele Dupont irá falar sobre o tema.

 

Doença que acomete milhões de pessoas

Na maioria dos casos, quando uma pessoa procura tratamento psicológico, apresenta como queixa principal o humor depressivo e em seguida, perda de interesse em atividades que antes lhe causavam prazer, explica a profissional Michele Dupont. “Contudo, cansaço físico e psicológico junto a alterações no ciclo circadiano (sono), também são queixas recorrentes. Sendo assim, devido a essas alterações somáticas, psicológicas e físicas que o episódio depressivo maior acarreta, torna-se comum o sofrimento e um significativo prejuízo na vida social do indivíduo”, conta.

Michele ainda salienta que no que se refere à culpa, mencionada acima como sintoma, revela-se associado a desvalia, avaliação crítica de si mesmo e uma alteração na interpretação de fatos triviais no que condiz a responsabilização em conjunto com uma autorrecriminação de não conseguir dar conta das atividades diárias, como responsabilidades profissionais e pessoais em consequência da depressão. “É muito comum, principalmente, em mulheres que não têm como dividir as tarefas domésticas e o cuidado com os filhos, se sentirem sobrecarregadas e culpadas, por isso, o apoio familiar é fundamental. Todavia, a compreensão do estado global de saúde do indivíduo por parte das empresas também é fundamental”, destaca.

A presença de pensamentos e ideação suicida também é muito recorrente quando se trata de transtorno depressivo maior, complementa a especialista. “O fator de risco preponderante é o histórico de tentativas e/ou ameaças de suicídio. No que condiz ao gênero, mulheres apresentam maiores tentativas, já os homens apresentam a completude do ato suicida”, explica.

No que condiz à causa, a depressão não está relacionada a um fator apenas, justamente por ser um transtorno muito complexo, resulta na relação de diversos fatores, portanto, é importante compreender que o ser humano é biopsicossocial, por isso, podemos fazer um levantamento de alguns fatores de risco que podem desencadear o transtorno depressivo maior.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, os fatores genéticos de indivíduos com familiares de primeiro grau que apresentam transtorno depressivo maior demonstram risco de duas a quatro vezes maior para desenvolver o transtorno do que a população em geral. Já de acordo com fatores ambientais e sociais, eventos estressores na vida podem ser desencadeadores do transtorno, bem como vulnerabilidade social, negligência na infância, baixa instrução escolar, conflitos sociofamiliares, abuso sexual na infância e/ou na vida adulta, uso de álcool e outras drogas, disfunções hormonais, perda de um ente querido, solidão, doenças crônicas, transtornos de personalidade e transtornos psicológicos também podem apresentar comorbidade com o transtorno depressivo maior. Existem diversos outros fatores dependentes da cultura que o indivíduo está inserido.

Através de estudos e pesquisas foi comprovado que pacientes depressivos apresentam alterações nas funções cognitivas, ou seja, no que se refere a atenção, o indivíduo portador de TDM demonstra baixa capacidade de sustentar a atenção e alternar o foco. Já no processo do constructo da memória, apresenta dificuldade em fixar e memorizar, bem como alteração na evocação de memórias, sendo assim, pacientes acometidos de depressão apresentam uma tendência a evocar pensamentos e memórias negativas. Também demonstram lentidão no processo cognitivo, o que afeta a tomada de decisões, devido as alterações neurológicas, comprometendo, assim, as suas funções executivas. Pesquisas apontam que pacientes deprimidos apresentam baixa flexibilidade mental, prejudicando assim, as estratégias, o planejamento e a execução das atividades.

Um grupo populacional que tem chamado a atenção dos pesquisadores, atualmente, são os estudantes universitários. De acordo com Rocha (2006) em sua pesquisa com estudantes da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, 15% a 25% dos estudantes universitários são acometidos por algum transtorno psiquiátrico durante a graduação, na maioria transtornos depressivos e de ansiedade.

 

Tratamento

A partir das discussões realizadas, vale apontar algumas questões sobre o tratamento. O diagnóstico é feito a partir de uma avaliação mental realizada por um médico, preferencialmente um psiquiatra. O tratamento medicamentoso oferecido pelo profissional de medicina é muito eficaz, entretanto, pesquisas apontam que um tratamento combinado de antidepressivos e psicoterapia torna-se muito mais eficaz que os tratamentos independentes e apresenta melhor prognóstico clínico. Sendo assim, o psiquiatra é responsável pelo aspecto clínico e medicamentoso, enquanto a psicóloga pelos aspectos emocionais e interpessoais. É importante compreender que muitos pacientes, relatam episódios depressivos vividos em muitos momentos da sua vida, por isso, como psicóloga clínica, faço elucidações aos pacientes sobre a importância de investigar a origem da depressão em suas vidas para realizar intervenções terapêuticas adequadas de acordo com a subjetividade e necessidade apresentada pelos mesmos, respeitando o meio social e cultural.

A psicóloga observa que também é importante ressaltar que a psicologia apresenta diversas abordagens psicoterapêuticas, todas possuem comprovação científica, portanto, a escolha é realizada pelo paciente, lembrando que é indispensável que o mesmo, ao escolher sua psicoterapeuta, sinta o acolhimento e a partir disso ocorra o vínculo terapêutico para que a dupla funcione e a psicoterapia se desenvolva da melhor forma possível.

Na abordagem psicanalítica, conforme a profissional, as sessões não têm estrutura no que se refere a perguntas direcionadas, é possível trazer a consciência do paciente fatos reprimidos ou recalcados do seu inconsciente que interferem em suas vidas no presente, a partir da compreensão do que lhe ocorre, há uma sensação de alívio e uma crescente diminuição dos sintomas. “Contudo, é necessário ressaltar que processos complexos de adoecimento não são tratados em pouco tempo, hoje em dia as pessoas procuram a cura de seus sintomas de forma imediata, entretanto, isso não é possível em nenhuma terapia, seja ela medicamentosa ou psicoterápica. O que é passível de resultados positivos é um tratamento acompanhado pelo médico especialista em psiquiatria e por uma psicóloga, mas o tempo é subjetivo, pois depende da gravidade do transtorno ou evento traumático e da capacidade de cada um para lidar com a situação, aqui, refiro-me ao bem- estar do paciente, cada um tem o seu próprio tempo”, pondera.

Outra questão interessante é desmitificar a psicoterapia. “Já foi o tempo em que as pessoas buscavam os serviços de psicologia apenas para transtornos mentais”, destaca. “Hoje em dia, é recorrente buscar a psicoterapia para autoconhecimento, compreensão de ansiedades e angústias, desenvolver e compreender suas emoções, orientação profissional, conflitos interpessoais, mudança no estilo de vida, bem como mudanças nas fases de desenvolvimento humano, assessoria para carreira profissional, separação matrimonial, luto, enfim, os motivos para buscar os serviços psicoterápicos são muitos, assim como os benefícios”, conclui.

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