MENU

Identifique-se!

Se já é assinante informe seus dados de acesso abaixo para usufruir de seu plano de assinatura. Utilize o link "Lembrar Senha" caso tenha esquecido sua senha de acesso. Lembrar sua senha
Área do Assinante | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler

Ainda não assina o
Minuano On-line?

Diversos planos que se encaixam nas suas necessidades e possibilidades.
Clique abaixo, conheça nossos planos e aproveite as vantagens de ler o Minuano em qualquer lugar que você esteja, na cidade, no campo, na praia ou no exterior.
CONHEÇA OS PLANOS

Cidade

Os males da internet: intolerância nas redes sociais

Publicada em 18/11/2019
Os males da internet: intolerância nas redes sociais | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
"Precisamos aprender a trabalhar o que a gente sente", defende Cibeli

por Cristiane Ramires e Victória Ferreira
Acadêmicas de Jornalismo da Urcamp

No sábado, comemorou-se o Dia Internacional da Tolerância. A data foi criada em 1996, pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar de não ser uma data muito conhecida popularmente, tem o objetivo de promover o bem-estar, o progresso e a liberdade de todos os cidadãos, assim como fomentar a tolerância, o respeito, o diálogo e cooperação entre todos.

Para a estudante de Psicologia Cibeli Lima, a tolerância se aperfeiçoa com a prática. "Tolerância é um exercício que só é fácil na teoria, escutamos que tendo paciência conseguimos ver o lado do outro, mas é um esforço diário que é realmente necessário. Acho que é sempre bom refletirmos sobre o porquê de devolver a irritação e se é realmente preciso falar tudo o que pensamos. Precisamos aprender a trabalhar o que a gente sente", afirma.

Não é de hoje que se vive uma sociedade intolerante, mas desde a chegada da internet isso se amplificou, chegando a proporções absurdas. Ainda não é possível dizer se as pessoas estão mais intolerantes por causa das redes sociais ou se apenas ganharam espaço para disseminarem seus discursos de ódio. De qualquer forma, a verdade é que hoje temos à disposição um ringue virtual, onde as pessoas trocam tapas, socos e chutes fantasiados de um suposto direito de opinião, que entristece, adoece e, por vezes, até mata.

Um caso fatal da intolerância nas redes aconteceu em julho desse ano. A blogueira carioca Alinne Araújo se jogou do nono andar do prédio onde morava, na zona oeste do Rio de Janeiro. A jovem já havia mencionado sobre o seu quadro de depressão nas redes sociais, quando contou que o noivo rompeu o relacionamento um dia antes do casamento. Com a festa toda paga e programada, Alinne anunciou que casaria com ela mesma, para celebrar sua nova vida.

Infelizmente, os internautas não reagiram bem quando a influencer compartilhou a informação, assim como quando divulgou as fotos e vídeos do seu casamento solo. Alinne foi severamente julgada através de comentários maldosos e ofensivos, que a atacavam diretamente. A jovem chegou a ser acusada de inventar a história do noivo para chamar a atenção nas redes. E, por fim, na segunda-feira após a festa, Alinne tirou a própria vida.

Esse é só um dos casos que ilustram os efeitos colaterais da intolerância nas redes. Quem está presente no meio on-line – que hoje em dia é difícil encontrar alguém que não esteja – certamente já passou por comentários intolerantes, seja em relação à aparência das pessoas, às classes sociais, às deficiências, homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.

Nervos à flor da pele

O que foi feito para reunir com apenas um clique acabou por dividir os pensamentos diferentes. A psicóloga e professora do curso de Psicologia da Urcamp, Paulinia Amaral, acredita que as redes sociais, através de algoritmos, dividem os internautas em bolhas sociais, favorecendo esse tipo de comportamento. "Hoje, os smartphones são uma extensão, então esses algoritmos cada vez mais te 'confirmam' que aquilo que tu tá fazendo é o certo. Isso potencializa o eu e reforça que o diferente é errado", explica.

O mais recente Dossiê da Intolerância, realizado em 2017, pelo site Comunica Que Muda, mostra que, nos últimos 11 anos, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos recebeu 3.861.707 denúncias de conteúdo de ódio na internet, envolvendo 668.288 páginas diferentes, em nove idiomas. Já a ONG SaferNet, que trabalha para combater o discurso de ódio nas redes, recebeu, no mesmo período, 3.060.502 denúncias sobre conteúdos que envolviam racismo, homofobia, intolerância religiosa, xenofobia, neonazismo, incitação à violência, entre outros. E isso é apenas aquilo que foi denunciado, o que não chega nem perto do total de casos de intolerância na rede.

Para a psicóloga e professora do curso de Psicologia, Aline Curra, as pessoas acabam se jogando com suas questões nas redes sem fazer um filtro, por ser algo de fácil acesso. "Na internet, talvez, as pessoas se sintam mais libertas de poderem expressar aquilo que elas pensam, aquilo que elas sentem, sem perceber que de alguma forma isso vai mobilizar, vai atingir a quem se dirige", destaca.

Ao que parece, as redes provocam uma sensação de segurança para dizer o que não se deve, defender o indefensável, vomitar o que de pior existe dentro de si, sem grandes consequências para o ato. Aliás, em muitos casos, os intolerantes até se sentem recompensados, ao encontrar nas redes pessoas que concordam e reverberam esse tipo de discurso. É o efeito negativo do curtir e do compartilhar.

Galeria de Imagens
Leia também em Cidade
PLANTÃO 24 HORAS

(53) 9931-9914

jornal@minuano.urcamp.edu.br
SETOR COMERCIAL

(53) 3242.7693

jornal@minuano.urcamp.edu.br
CENTRAL DO ASSINANTE

(53) 3241.6377

jornal@minuano.urcamp.edu.br