Cidade
Mobilizações marcam o segundo dia de greve dos professores
Alunos, professores e pais realizaram, ontem, várias mobilizações em Bagé. Um grupo com estudantes da Escola Justino da Costa Quintana, da Carlos Kluwe e da José Gomes Filho, se reuniu em frente à 13ª Coordenadoria Regional de Educação, com cartazes e faixas. O mesmo aconteceu na Frei Plácido, onde a comunidade escolar fez um piquete na porta da instituição, contando com o apoio da estudantes da escola Arnaldo Farias.
O movimento iniciou na segunda-feira e é uma forma de pressionar o governo e demonstrar o desgosto dos servidores com o pacote de reformas apresentado pelo governador, Eduardo Leite, na semana passada. Entre as medidas a revisão do plano de carreira do magistério proposta foi o que apresentou o maior teor de desagrado, além da modificação do sistema de aposentadorias. Também consta mudanças no plano de carreira específico da classe, como o fim dos adicionais por tempo de serviço e o corte da incorporação de gratificações na aposentadoria.
Conforme as estudantes do Ensino Médio da Escola Justino Quintana, Júlia Maruri, de 15 anos, e Camile Barcelos, 16, que juntamente com o colega Kevin Charão, 16, organizaram o ato em frente à CRE, paralisar as atividades na escola não iria adiantar. Então, os alunos resolveram realizar uma paralisação em frente à Coordenadoria. “Os professores contratados não poderiam parar, então resolvemos vir pra cá mostrar apoio. A escola está parada”, disse Camile, que ainda informou que a mobilização seguirá por vários dias no local.
A escola Frei Plácido também paralisou nos três turnos. Segundo a diretora, Sônia Machado Trindade, os pais e alunos estão apoiando a greve. “Na segunda-feira, conversamos com os estudantes e professores e resolvemos pela paralisação total”, comenta. Em frente à escola, foram colocadas faixas e cartazes, em solidariedade à greve.
De acordo com a diretora do 17º Núcleo do Cpers, Delcimar Delabary, as visitas nas escolas ainda seguem, pedindo apoio para os pais e alunos. Ela comenta que, a partir de quinta-feira, deve ser montado um acampamento na Praça da Estação, onde haverá atividades lúdicas e outras ações. "Queremos mostrar a população o porque estamos em greve. A categoria está desprestigiada. Ou as pessoas fazem greve ou a profissão de professor irá terminar”, disse.
Delcimar salienta que a categoria está sofrendo uma perda de 30% do poder de compra devido aos cinco anos sem reposição salarial e 47 meses de parcelamento. “Os professores estão adoecendo e empobrecendo e os alunos notam a diferença. Por isso, a adesão. É uma das maiores paralisações dos últimos anos”, ressalta.
Levantamento
Segundo coordenador regional de Educação, José Adilson Santos Antunes, o órgão segue realizando o levantamento e os números devem ser divulgados pela assessoria de comunicação da Secretaria de Educação. Ele salientou que, na segunda-feira, muitas escolas realizaram reuniões com os professores e tiveram aula.
Na noite de segunda-feira, o Cpers estimou que, em pelo menos oito escolas estaduais da Rainha da Fronteira, a adesão ao movimento foi total.