Cidade
Cpers contabiliza paralisação, total e parcial, de 39 escolas na região
Das 58 escolas da rede estadual que integram o 17º Nucleo do Cpers, nos municipios de Bagé, Aceguá, Hulha Negra, Candiota, Pinheiro Machado, Dom Pedrito, Lavras do Sul e Caçapava do Sul, 39 instituições aderiram a mobilização contra os pacotes propostos pelo governador Eduardo Leite. O levantamento da entidade que representa os professores, divulgada ontem, aponta que 19 estão com paralisação total e 20 parcial. Já o relatório divulgado pela Secretaria de Educação do Estado, na noite de terça-feira, estima que o número de escolas paralisadas chega a 19 na área de abrangência.
O levantamento realizado pelo Cpers, na terça-feira, em 37 dos 42 núcleos do Sindicato, aponta que pelo menos 601 instituições de ensino já aderiram totalmente à mobilização no Estado e 575 atendem apenas parcialmente, com severa falta de educadores.
O Cpers estima que cerca de 70% dos trabalhadores da educação engajaram-se na greve. "É um movimento crescente. Como muitas das escolas grevistas são as maiores de suas regiões, o percentual da categoria que cruzou os braços é seguramente mais elevado", afirma a presidente, Helenir Aguiar Schürer.
Segundo a diretora do 17º Núcleo do Cpers, Delcimar Delabary, diversas instituições ainda realizam reuniões para deliberar a participação na greve e a tendência é que haja novas adesões durante a semana.
Mobilização
De acordo com Delcimar, a partir das 9h de hoje, haverá uma concentração do comando de greve, na Praça da Estação. Ela ressalta que, durante a semana, foram realizadas conversas com pais e alunos das escolas para mostrar os motivos da paralisação. “Agora, queremos que a população saiba da gravidade do pacote proposto pelo governo”, disse.
A diretora informa que a próxima Assembleia Geral da categoria está marcada para a próxima terça-feira, às 13h30, na Praça da Matriz, em Porto Alegre. Na segunda-feira, o grupo do 17º Núcleo deve se reunir para realizar o balanço da primeira semana de greve e discutir as ações de mobilização.
Apoio do Legislativo
Na manhã de ontem, alunos e professores da rede estadual de ensino, que realizavam uma manifestação na Avenida Sete de Setembro, foram até a Câmara de Vereadores, na busca de apoio do Legislativo contra os projetos de alteração no plano de carreira. Mesmo sem ser um ato programado e agendado, os manifestantes foram recebidos no Plenário Lígia Almeida, pelo presidente da Câmara, Esquerda Carneiro, e demais parlamentares que se encontravam na casa.
Em manifestação na tribuna, a professora, Vanessa Marques, falou sobre a situação a qual os professores se encontram. “Nós estamos em um momento que a gente chegou na lama do poço, nós não estamos nem no fundo do poço, nós estamos na lama”, argumentou se referindo sobre os salários atrasados.
O estudante da Escola Justino Quintana, Maiquel Tierre, também se manifestou. “Nenhum de nós está aqui forçado pelos nossos professores, nenhum de nós está aqui contra a nossa vontade. Eu digo aos senhores que, por favor, apoiem os nossos professores porque se hoje nós estamos aqui é porque eles merecem”, alegou.
Carneiro salientou a legitimidade da manifestação. “Digo, em nome de todos os vereadores, que estaremos sempre de portas abertas para recebê-los naquilo que temos como direito do trabalhador. A causa de vocês é justa. É justo é por dignidade que vocês estão aqui e naturalmente todos os vereadores apoiam esta causa”, destacou.
O chefe do legislativo também falou sobre a Moção de Protesto e Repúdio contra os projetos alcunhados pelo Executivo Estadual de “Reforma Estrutural”, que compreendem alteração no Plano de Carreira do Magistério Público, a qual foi assinada por todos os vereadores e enviada à Assembleia.