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Cursos do KM 21 incentivam participantes a montarem o próprio negócio

Publicada em 29/11/2019
Cursos do KM 21 incentivam participantes a montarem o próprio negócio | Cidade | Jornal Minuano | O jornal que Bagé gosta de ler
Miriam Soares da Silva abriu ateliê

por Miquéli Romero
Acadêmica de Jornalismo da Urcamp

É no terceiro andar do bloco São João Batista, do Residencial Guarani, em Bagé, que, há um ano, a sala de visitas da Miriam Soares da Silva, 46 anos, se tornou o ateliê Artes e Costuras da Miriam. Natural de Bagé, ela conta que sempre gostou de artesanato, mas a costura em si nunca havia lhe chamado a atenção, mesmo sendo a atividade que a mãe exerce. Foi quando conheceu o curso de Modelagem Corte e Costura, do projeto Economia Solidária, no pavilhão KM 21, que viu uma oportunidade de sair do aperto. Com um filho pequeno, em casa, ela fazia parte dos mais de 2 milhões de brasileiros desempregados em 2017. Hoje, em 2019, já são mais de 3 milhões, onde 65,2% são pretos ou pardos, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada, em novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Por não conseguir emprego, apenas contando com a pensão que o filho de nove anos recebia, Miriam acabou entrando em uma depressão, sequelas da desocupação e que muitas pessoas, na mesma situação, enfrentam. Em 2017, ela ouviu falar que, no KM 21, estavam oferecendo vagas para oficina de Modelagem, Corte e Costura, e, então, resolveu encarar. Primeira inscrição feita, mas não foi chamada. Mesmo abalada emocionalmente, a persistência andou com ela. Um ano depois, em 2018, realizou mais uma vez a inscrição. Passados menos de 15 dias, ela recebeu a notícia que tinha conseguido uma vaga. Em fevereiro de 2018, começaram as aulas.

O que era para ser apenas um curso com duração de três meses, acabou levando um ano. Isso porque, quando acabou, a professora entrou em licença maternidade. Então, a turma continuou na confecção de acolchoados, para doar para Campanha do Agasalho de 2018. Sobre essa experiência, Miriam conta que foi 'gratificante'. "Aquilo foi uma coisa muito boa, de tu poder ajudar outra pessoa e também reforçar aquilo que tu tá aprendendo", diz.

Em apenas quatro meses, ela conseguiu montar seu próprio negócio. Com uma máquina estragada que tinha ganhado e que mandou consertar, ela começou a confeccionar roupas de axós (roupas de religião). No curso, aprendeu a fazer roupas femininas, e axós também para homens. "Eu fui atrás de outras coisas para fazer, sou muito curiosa", afirma. E essa curiosidade que fez ela criar e reformar roupas e também artesanato, a paixão desde sempre.

Logo depois, veio a formatura, um dia encantador para todas. Cada uma produziu o seu próprio vestido. Assim que se formou, ela conseguiu adquirir as primeiras máquinas de costura. São elas que acompanham Miriam dia e noite. Hoje, a costureira consegue pagar as despesas do apartamento, luz, água, IPTU e a alimentação. Agora, o objetivo dela é conseguir vaga em uma faculdade de Moda, para poder se aperfeiçoar e então se tornar estilista.


As oficinas

Desde 2017, são ofertadas oficinas profissionalizantes para aquelas pessoas em situação de vulnerabilidade social, com o objetivo de inserir ou reinserir elas no mercado de trabalho. A iniciativa é da Secretaria de Assistência Social, Habitação e Direitos do Idoso (Smasi), junto com o Governo Federal, através da Coordenação de Economia Popular Solidária. Ao todo são oferecidos sete cursos, entre eles estão serigrafia, caldeiraria, construção civil, tijolos ecológicos, pintura automotiva e assemelhados, panificação e confeitaria, e modelagem, corte e costura. São disponibilizadas 20 vagas em cada curso, que acontecem nos pavilhões do km 21. Com uma duração de 220 horas, entre teóricas e práticas, totalizando três meses, de segunda a sexta-feira pela manhã.

Segundo a coordenação, mais de 2,6 mil pessoas já foram inscritas e foram formados mais de 400, entre 2017 e 2018. A preocupação está em acompanhar o desempenho do aluno e conseguir para ele uma oportunidade de emprego. "Procuramos as empresas e, conforme vão abrindo as vagas, nós vamos lá e fizemos uma carta de apresentação e acompanhamos o andamento dele", ressalta o coordenador, Rodimar de Oliveira.

Para entrar na fila de espera do ano que vem, dos cursos do projeto Economia Solidária, o interessado deve entrar em contato com a Smasi, através dos telefones (53) 32475290, (53) 32416005 e (53) 32410055, ou ir até a sede da secretaria, que fica localizada na avenida São Judas, nº 796.


Modelagem, Corte e Costura

Há duas semanas, uma turma nova ocupa o pavilhão do KM 21. São 15 mulheres, que apostam em poder ter seu próprio negócio num futuro breve. É o caso da Mara Beatriz Gonçalves, de 46 anos, desempregada. Ela conta que nunca sentou na frente de uma máquina de costura, mas entrou para o curso para poder perder o medo de errar e a timidez. "Antes de começar eu me perguntava o que eu ia fazer no curso. Que quando errasse ia largar, mas não, 'tô' aqui e conseguindo", relata, com o sorriso no rosto.

Bárbara Rodrigues, estilista, formada em Moda, é a professora responsável pela oficina desde 2017. Ela conta que o projeto tem tamanha importância por acolher pessoas em vulnerabilidade social, fazendo com que tenham uma renda. "Trabalha não só a independência financeira, mas também a autoestima, porque se tornam independentes. Muitas têm problema de depressão e elas acabam ajudando no sustento da família e, às vezes, se torna tratamento", explica.

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