Cidade
Sema elabora plano para preservação de espécies ameaçadas na região de Bagé
Espécies ameaçadas de extinção, com ocorrências registradas na região, estão na mira do Plano de Ação Territorial (PAT), desenvolvido pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema). No final de novembro, a pasta realizou uma oficina preparatória (ação que antecede a Oficina de Elaboração, marcada para março de 2020), delimitando a área de atuação do PAT, intitulado provisoriamente como 'Pampa Bagé'. O planejamento abrange 18 municípios da Metade Sul, incluindo Bagé, Aceguá, Hulha Negra, Dom Pedrito, Candiota, Pinheiro Machado, Pedras Altas, Herval, Jaguarão, Arroio Grande, Lavras do Sul, Caçapava do Sul e Santana da Boa Vista.
O objetivo principal da primeira oficina, que reuniu especialistas em fauna, flora, conservação e manejo sustentável de biodiversidade, representantes da Sema e de outras 10 instituições (incluindo Fepam, Embrapa Pecuária Sul, Instituto Pró-Pampa, Fundação Gaya, Instituto Curicaca e WWF-Brasil), foi definir as espécies que mais necessitam de preservação, chamadas de espécies alvo, e os limites do território do PAT, ou seja, as cidades nas quais as ações de conservação serão executadas.
Antes da oficina, entre os dias 3 de setembro e 8 de novembro, foram realizadas quatro expedições de campo para levantamento de informações. Uma das expedições foi realizada nas localidades do Rincão do Inferno, entre Bagé e Lavras do Sul, abrangendo as localidades da Casa de Pedra, Pedra da Abelha, Pedra do Segredo, Galpão de Pedra e Guaritas, em Caçapava do Sul, e a região campestre de Dom Pedrito. O coordenador do Instituto Pró-Pampa (IPPampa), Matheus Volcan, que já desenvolvia trabalho com a espécie Austrolebias vazferreirai, destacada em reportagem do Jornal MINUANO, em junho, participou das atividades.
A primeira expedição registrou sete tipos de peixes-anuais ameaçados de extinção, após coletas em sete municípios (entre eles está o Austrolebias vazferreirai, encontrado em Bagé). A segunda e a terceira expedições tiveram como objetivo verificar, em cinco localidades, pontos de ocorrência e estado de conservação de populações de espécies de Cactos do Pampa. A quarta e última expedição passou por sete cidades e teve enfoque na flora ameaçada de extinção. Os resultados foram utilizados para determinar a lista de 17 espécies da flora e 14 espécies da fauna da região, que serão beneficiadas pelo PAT Pampa Bagé e ajudarão a definir as atividades prioritárias. O plano de ação deve ser concluído até julho de 2020, quanto iniciará a implementação das ações de conservação previstas, com duração de cinco anos.
Pró-Espécies
A Sema é uma das executoras do projeto Estratégia Nacional para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção (Pró-Espécies), que tem o objetivo de minimizar os impactos sobre as espécies ameaçadas no Brasil, especialmente 290 espécies criticamente ameaçadas que não estão em áreas protegidas e nem são contempladas por Planos de Ação Nacional (PAN) em execução. O PAT Pampa Bagé está inserido nesta perspectiva.
Espécies alvo do PAT Pampa Bagé
Flora
Chascolytrum parodianum, Cypella magnicristata, Cypella pusilla, Dyckia donfelicianensis, Frailea mamífera, Herbertia zebrina, Mangonia tweedian, Parodia gaúcha, Parodia neoarechavaletae, Parodia rudibuenekeri, Pavonia secreta, Petunia secreta, Phoradendron habrostachyum, Senna nana, Sphaeralcea bonariensis, Tillandsia bela, Trixis pallida.
Fauna
Austrolebias arachan, Austrolebias bagual, Austrolebias camaquensis, Austrolebias cheradophilus, Austrolebias gymnoventris, Austrolebias juanlangi, Austrolebias melanoorus, Austrolebias nachtigalli, Austrolebias quirogai, Austrolebias reichert, Austrolebias univentripinnis, Austrolebias vazferreirai, Leopardus colocola, Melanophryniscus sanmartini.