Campo e Negócios
Núcleo de Terneiros encerra atividades com perspectivas positivas para 2020
Um jantar de confraternização, na noite de segunda-feira, marcou o encerramento das atividades do Núcleo de Produtores de Terneiros de Corte (NPTC) em 2019, ano que foi caracterizado por um calendário de eventos e jornadas técnicas. O diferencial foi a duplicação das feiras. Em vez de uma em outono e outra na primavera, o NPTC proporcionou duas Feiras para cada estação.
"No outono, nosso objetivo foi beneficiar aquele produtor que tem um terneiro desmamando mais cedo, pois a vaca se recupera para o inverno e tem grande condição de emprenhar. Assim, se preconizou uma feira em abril e outra maio, que é para os produtores que cuja produção é um pouco mais tardia. A medida acaba agregando maior valor a este terneiro", enfatiza o presidente do NPTC, Luís Eduardo Vaz.
Ao todo, foram quatro datas oferecidas. Conforme o vice-presidente, Alfredo Pinheiro, na segunda parte do calendário de feiras foi colocada em prática na primavera, com foco direcionado para o atendimento de dois tipos de produtores. "No fim de setembro, para os produtores que têm que tirar os terneiros da pastagem para iniciar o plantio da soja. E na outra feira, em outubro, para aquele produtor que tem pastagem própria e quer agregar mais peso ao terneiro", explica.
Dessa forma, o NPTC atendeu as demandas dos produtores. Outra frente foi a das jornadas técnicas e palestras. Entre 2018 e 2019, houve eventos em Palmas, Dom Pedrito, Aceguá, Candiota, além de palestras em Bagé. Mas o evento de maior porte foi a realização do seminário para debater o controle de carrapatos, que proporcionou a vinda, à Rainha da Fronteira, dos principais especialistas do assunto em âmbito estadual. A discussão aconteceu nas instalações da Associação e Sindicato Rural. "Sempre buscamos ouvir o produtor para saber o que ele precisa. Trabalhamos para atendê-lo e para que remunere melhor seu terneiro. Nossas jornadas técnicas são sempre com esse intuito", destaca Vaz.
Expectativas para a economia
Sobre os rumos do setor no mercado brasileiro, em 2020, Pinheiro adota um discurso otimista, em função da abertura de mercado da China para a carne brasileira. "Nós, do setor agropecuário, vivemos uma grande dificuldade. Desde 2015, os preços estavam muito defasados. No levantamento que fizemos, óleo diesel, adubo, salários e insumos subiram em média de 40%. Já o preço do gado em pé ficou estagnado, enquanto que no mercado a carne até se elevou de preço. Agora, com essa abertura de mercado que aconteceu, repentinamente, no fim do ano, com a China, há uma possibilidade de ocorrer uma correção dos preços que estavam muito defasados. Acho que encontraremos, em 2020, melhores condições do que aconteceu nos últimos anos", argumenta.
Encerramento de mandato
Quanto às metas para o próximo ano, ele afirma que pretende realizar um seminário que sirva como marco da conclusão do mandato. "Além disso, queremos contemplar, ao decorrer do ano, os produtores, com dias de campo, técnicas novas e tecnologias que estejam chegando ao mercado. A ideia do Núcleo é tentar orientar e estruturar cada vez mais a cadeia de produção dos terneiros que, nesses últimos três anos, passou por problemas mercadológicos. Muitos, inclusive, deixaram de criar. Mas, agora, com essa retomada de preços, temos perspectivas positivas", conclui.