Segurança
Advogada de senegalês faz petição para que processo tramite na 1ª Vara Criminal
Uma mulher flagrada, em vídeo, no dia 28 de agosto de 2017, há quase três anos, no centro de Bagé, agredindo, com palavras, um senegalês, terá que se defender na Justiça. O fato, à época, teve ampla repercussão na Rainha da Fronteira. Em junho de 2019, o juiz da 2ª Vara Criminal, Cristian Prestes Delabary, acatou a denúncia da assistência da acusação e, agora, ela irá responder judicialmente pelo crime de injúria racial.
De acordo com a advogada Patrícia Alves, contratada pelo Grupo de Apoio a Refugiados e Imigrantes, o processo estava suspenso por não ter juiz titular na 2ª Vara Criminal. “Quando encerrou o recesso, foi feita uma petição pedindo que o processo fosse transferido para a 1ª Vara Criminal, para, desta forma, o mesmo seguir tramitando. O pedido foi para apreciação da Promotoria", detalhou ao projetar que "este é o momento" do caso ter um julgamento.
Relembre
No dia 28 de agosto de 2017, o caso de racismo e xenofobia (preconceito contra imigrantes) foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). O motivo para o boletim de ocorrência foi um fato que ocorreu em plena avenida Sete de Setembro, a principal via central de Bagé. Um senegalês, de 42 anos, que residia no Brasil, há 10 anos, estava trabalhando, vendendo produtos, quando foi vítima de racismo. Ele contou, registro policial, que uma mulher se aproximou e, sem motivo algum, lhe desferiu um tapa nas costas. Após, arrancou o seu boné e jogou no chão.
A vítima, que é naturalizada como brasileiro, também informou que a acusada começou a lhe xingar, o chamando de ‘escuro’ e de ‘lixo’, dizendo para que ele ‘voltasse para o seu país, para morrer de fome’. Amigos e testemunhas acompanharam o fato e identificaram a suspeita. Inclusive, um vídeo do momento das agressões chegou a circular em redes sociais.